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ONU alerta para agravamento da repressão da junta militar de Myanmar

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, alertou hoje para o agravamento da situação em Myanmar, onde a junta militar que governa o país desde o golpe de Estado efetua ataques indiscriminados.

ONU alerta para agravamento da repressão da junta militar de Myanmar
Notícias ao Minuto

13:31 - 30/01/24 por Lusa

Mundo Myanmar

Turk lamentou que a crise humana na antiga Birmânia, que continua a deteriorar-se após três anos do golpe de Estado, esteja agora "em queda livre" face à "falta de atenção" da comunidade internacional.

"No meio de todas as crises no mundo, é importante que ninguém seja esquecido. O povo de Myanmar está a sofrer há demasiado tempo", afirmou num comunicado citado pela agência espanhola Europa Press.

A dois dias antes do aniversário do golpe militar, Turk disse que a situação se agravou desde o final de outubro de 2023, "em resultado das táticas há muito estabelecidas pelos militares para levar a cabo os seus ataques".

Referiu que os combates entre os militares e os grupos armados da oposição provocaram deslocações maciças e vítimas civis.

"Como os militares sofreram reveses no campo de batalha, atacaram, lançando ondas de bombardeamentos aéreos indiscriminados e ataques de artilharia", denunciou.

Fontes que acompanham a situação no país do Sudeste Asiático disseram que mais de 550 pessoas foram mortas desde outubro passado.

Em 26 de janeiro, cerca de 26.000 pessoas tinham sido documentadas como detidas por razões políticas, das quais 19.973 permaneciam em detenção.

Cerca de 1.576 pessoas foram mortas nos últimos três anos enquanto estavam presas, disse Turk, observando que "as táticas militares têm-se concentrado sistematicamente em punir os civis que são vistos como apoiantes dos seus inimigos".

Em consequência, "os militares têm visado sistematicamente civis e infraestruturas protegidas pelo direito humanitário internacional, especialmente instalações médicas e escolas", afirmou.

Turk disse que os bombardeamentos indiscriminados e os ataques aéreos põem em evidência a falta de medidas para proteger os civis no terreno.

Tais ataques provocam a interrupção das comunicações básicas "que ajudariam a avisar os civis dos combates, para que possam sair do caminho do perigo", referiu.

Turk denunciou que os serviços de comunicação e de Internet estão sujeitos a cortes parciais, totais ou intermitentes em dezenas de municípios, nomeadamente no estado ocidental de Rakhine.

"Há vários relatos de rohingyas mortos e feridos nos bombardeamentos da junta militar contra as aldeias rohingya" de Rakhine, disse.

Turk advertiu que as partes "devem ter o cuidado de não causar danos a civis e objetos civis nas operações militares".

Defendeu também que a comunidade internacional deve redobrar esforços para responsabilizar os militares birmaneses.

"Esta crise só será resolvida se se insistir na responsabilização dos dirigentes militares, na libertação dos presos políticos e no restabelecimento do governo civil", acrescentou.

Leia Também: Myanmar participa em reunião da ASEAN pela 1.ª vez desde golpe de Estado

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