Tal posição evidencia as profundas divergências entre os aliados próximos, três meses após o início da ofensiva de Israel à Faixa de Gaza, a 7 de outubro, para eliminar o movimento islamita palestiniano Hamas, ali no poder desde 2007.
Os Estados Unidos instaram Israel a reduzir a escala e a intensidade da sua ofensiva em Gaza e sustentaram que a criação de um Estado palestiniano deveria fazer parte do "dia seguinte".
Mas, numa conferência de imprensa transmitida a nível nacional, Netanyahu prometeu prosseguir a ofensiva até Israel obter uma "vitória decisiva sobre o Hamas" e rejeitou também a ideia de um Estado palestiniano, dizendo ter transmitido a sua posição aos norte-americanos.
"Em qualquer futuro acordo, Israel precisa de controlar a segurança de todo o território a oeste do rio Jordão", afirmou o chefe do executivo israelita.
"Isso colide com a ideia de soberania. O que é que se há de fazer...? O primeiro-ministro tem de ser capaz de dizer 'não' aos nossos amigos", comentou.
Mais de 100 dias depois de o Hamas ter desencadeado a guerra, com o seu ataque de 07 de outubro que fez 1.139 mortos em território israelita, Israel continua a levar a cabo uma das campanhas militares mais mortíferas e destrutivas da história recente, com o objetivo de desmantelar o grupo militante que governa Gaza desde 2007 e de obter a libertação de muitos prisioneiros.
A guerra está a alimentar as tensões em toda a região do Médio Oriente, ameaçando desencadear outros conflitos.
Desde o início da guerra, pelo menos 24.620 palestinianos foram mortos e mais de 61.800 ficaram feridos, na maioria civis, cerca de 85% dos 2,3 milhões de habitantes daquele exíguo e pobre enclave costeiro viram-se obrigados a abandonar as suas casas, e a ONU indicou que um quarto da população está a passar fome.
Centenas de milhares de pessoas obedeceram às ordens de evacuação israelitas e dirigiram-se para o sul da Faixa de Gaza, onde os abrigos geridos pelas Nações Unidas estão sobrelotados e foram montados acampamentos de tendas em grande escala.
O Exército israelita continua a atacar o que afirma serem alvos do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em todos os pontos de Gaza, frequentemente matando mulheres e crianças.
Israel atribui o elevado número de mortes de civis ao Hamas, porque combate a partir de zonas densamente povoadas residenciais, e afirma que as suas forças mataram cerca de 9.000 combatentes do movimento islamita, sem fornecer provas, e que 193 dos seus próprios soldados foram mortos desde o início da ofensiva terrestre em Gaza, a 27 de outubro.
[Notícia atualizada às 19h05]
Leia Também: Netanyahu não responde a chamadas de António Guterres desde 7 de outubro