Em Espanha, 44,1% dos homens "concordam fortemente" ou "razoavelmente" que "chegámos tão longe na promoção da igualdade das mulheres" que estão agora a ser discriminados. Dos que têm entre 16 e 24 anos, 51,8% sentem-se assim. O sentimento é partilhado pela população feminina, já que 32,5% pensa da mesma forma.
Os dados, citados pelo El País, são resultado do primeiro inquérito do Centro de Investigação Sociológica (CIS) sobre perceções de igualdade entre homens e mulheres e estereótipos de género. Os resultados foram publicados esta segunda-feira.
Ao analisar a escolaridade dos homens que percecionam esta discriminação, 47,2% dos que afirmaram "concordar plenamente" possuem o ensino secundário, 20% possuem o ensino superior e 17,9% não tem formação.
A análise do CIS, realizada em novembro passado junto de 4.005 pessoas com mais de 16 anos, revela ainda que apesar desta percepção de ofensa, 48,2% dos homens acreditam que as desigualdades entre mulheres e homens continuam a ser "muito grandes ou bastante grandes".
No caso das mulheres inquiridas, 67,2% afirmam-no e 22,4% consideram que as diferenças são as mesmas de há uma década.
Ouvida pelo mesmo meio, a doutora em Ciência Política pela Universidade de Leiceste e especialista em feminismo Berta Barbet acredita que esta "discriminação" percecionada pelos homens pode ser devida à falta de modelos masculinos que defendam que se sentem confortáveis dentro do feminismo.
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