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Filhos da Nobel da Paz detida preocupados com greve de fome da mãe

Os filhos da ativista iraniana Narges Mohammadi, vencedora do Prémio Nobel da Paz, admitiram hoje estar "extremamente preocupados" com a saúde da mãe, que está em greve de fome na prisão de Teerão.

Filhos da Nobel da Paz detida preocupados com greve de fome da mãe
Notícias ao Minuto

12:09 - 11/12/23 por Lusa

Mundo Irão

Com a saúde frágil, Mohammadi, uma feroz opositora da obrigatoriedade de as mulheres usarem o 'hijab' (véu islâmico) e da pena de morte no Irão, deixou de comer no domingo, dia em que foi realizada a cerimónia do Nobel em Oslo, onde foi representada pelos seus filhos gémeos de 17 anos, Ali e Kiana.

Não está claro se a sua greve de fome continua ou se foi uma ação pontual.

"Nós, como filhos, estamos obviamente muito preocupados", disse hoje Ali, numa conferência de imprensa realizada após uma reunião com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store.

"Talvez ela esteja no hospital agora", acrescentou a sua irmã, Kiana.

Os filhos de Narges Mohammadu não veem a mãe desde que partiram para o exílio na França, em 2015, e não conseguem falar-lhe há cerca de 21 meses.

Presa e condenada diversas vezes nas últimas décadas, a ativista, de 51 anos, está detida na prisão de Evin, em Teerão, desde 2021.

A greve de fome, iniciada durante a entrega do seu Prémio Nobel da Paz teve, segundo a família, o objetivo de mostrar solidariedade para com a comunidade Bahai, a maior minoria religiosa do Irão, que afirma ser vítima de discriminação em muitas partes do país.

"Fez isso para mostrar apoio, [porque, embora] não esteja na connosco na Noruega, está ciente da situação e fará sempre tudo pelos direitos das mulheres e pela democracia no Irão", acrescentou hoje Kiana.

Galardoada com o Prémio Nobel em outubro pela "sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos", Narges Mohammadi é uma das principais caras da revolta "Mulheres, Vida, Liberdade" no Irão.

Este movimento foi desencadeado pela morte, no ano passado, de uma curda iraniana de 22 anos, Mahsa Amini, durante a sua detenção numa prisão em Teerão por não cumprir o rigoroso código de uso de vestuário islâmico, que inclui um véu a tapar todo o cabelo.

No início de novembro, Mohammadi também cumpriu uma greve de fome durante alguns dias para obter o direito de ser transferida para um hospital sem cobrir a cabeça.

Leia Também: Nobel da Paz presa no Irão pede apoio internacional para pôr fim a regime

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