George Santos vende vídeos personalizados após expulsão do Congresso

O polémico legislador republicano George Santos, que construiu a carreira política com base em mentiras e acabou expulso do Congresso norte-americano, começou a vender vídeos de mensagens personalizadas, ao preço de 182 euros cada.

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© Anna Moneymaker/Getty Images

Lusa
05/12/2023 07:10 ‧ 05/12/2023 por Lusa

Mundo

EUA

Santos é identificado na plataforma Cameo como um "ex-ícone do Congresso" e um "membro expulso do Congresso da cidade de Nova Iorque".

Nos vídeos que publica, há breves mensagens a utilizadores desconhecidos como "James e Sofia", pelo seu recente noivado, a "Phil", que recupera de uma cirurgia, ou a "Diego", a quem lembra que a sua mãe o ama, entre outros.

Na plataforma Cameo, as pessoas pagam a uma celebridade de várias áreas -- atores, atletas, etc. -- para enviar uma mensagem personalizada, mediante pagamento prévio, para comemorar um evento e assim surpreender alguém especial.

Os preços definidos pela Cameo para os vídeos variam entre um e 999 dólares (0,92 a 921 euros, à taxa de câmbio atual). Santos começou a vender os seus vídeos por 75 dólares cada, aumentou para 150 dólares e depois fixou o preço em 200 dólares (182 euros), segundo a sua página.

Santos incluiu um 'link' para os seus vídeos Cameo na sua página na rede social X (antigo Twitter).

A Câmara dos Representantes norte-americana expulsou em 01 de dezembro, à terceira tentativa, o polémico legislador republicano George Santos, que construiu a carreira política com base em mentiras e praticando alegados crimes.

Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi expulso com 311 votos a favor e 114 contra, com muitos dos colegas republicanos a juntarem-se aos democratas para alcançar os dois terços necessários que forçaram a sua saída do Congresso.

A expulsão do republicano é a sexta de um legislador nos 230 anos de história do Congresso dos Estados Unidos, tornando-se uma medida excecional que, no caso de Santos, não tem precedentes.

As três primeiras expulsões, em 1861, foram de separatistas da Confederação, enquanto as outras duas, em 1981 e 2002, foram de congressistas condenados por crimes de corrupção.

Santos não foi condenado por nenhum crime, mas foram-lhe imputadas 13 acusações de fraude, branqueamento de capitais e roubo de fundos públicos, entre outros.

O agora ex-congressista também é acusado num relatório interno do Comité de Ética da Câmara dos Representantes, controlado precisamente pelos Republicanos, de ter arrecadado mais de 200 mil dólares (184 mil euros) dos fundos de campanha para fins pessoais.

Entre as despesas que Santos terá feito com esse dinheiro estão compras em lojas como Hermès, Ferragamo ou Sephora, assinatura da página de conteúdo adulto 'OnlyFans' ou viagens diversas, além de pagamentos recorrentes dos cartões de crédito.

Mas, além de supostos crimes e má conduta ética, o que realmente tornou Santos famoso durante os 11 meses em que foi congressista foram os escândalos recorrentes, geralmente relacionados com as mentiras que contou ao longo da campanha eleitoral.

Santos, um fiel apoiante de Donald Trump, mentiu quando contou que os avós tinham fugido do Holocausto, quando afirmou que a mãe tinha sobrevivido aos ataques às Torres Gémeas em Nova Iorque ou quando disse que era judeu.

Mentiu também no currículo, quando disse que tinha trabalhado em Wall Street ou que tinha estudado na Universidade de Nova Iorque.

Santos também tinha um processo judicial aberto por fraude no Brasil, onde morou e de onde fugiu sem prestar contas.

Leia Também: Congresso dos EUA expulsa o polémico legislador Republicano George Santos

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