A obediência ao EI e o alerta da mãe. Quem é o atacante de Paris?
Um turista alemão morreu e outras duas pessoas ficaram feridas após um ataque com uma arma branca e um martelo no centro de Paris. O suspeito, Armand Rajabpour-Miyandoab, nasceu em França e converteu-se ao Islão em 2015, quando tinha apenas 18 anos.
© DIMITAR DILKOFF/AFP via Getty Images
Mundo França
Na noite de sábado, Paris voltou a ser assombrada pelo terrorismo. O atacante, um jovem francês de 26 anos, que já era conhecido da polícia por radicalismo islâmico, esfaqueou um turista alemão e feriu outras duas pessoas com um martelo a poucas centenas de metros da Torre Eiffel. Eis o que se sabe sobre o suspeito até ao momento.
Além de radicalismo islâmico, Armand Rajabpour-Miyandoab, nascido em Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, em 1997, também já tinha sido identificado por distúrbios psiquiátricos.
Em 2016, foi condenado a quatro anos de prisão por ter planeado um ataque terrorista no bairro de negócios de La Defense, também em Paris.
O ataque de sábado está a ser investigado pela Procuradoria Nacional Antiterrorista e, de acordo com o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, Rajabpour-Miyandoab gritou "Allahu Akbar" ("Deus é grande") antes de ser detido. À polícia terá dito que não suporta ver muçulmanos mortos pelo mundo, sobretudo no Afeganistão e na Palestina.
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— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) December 2, 2023
O procurador antiterrorista de França, Jean-François Ricard, adiantou que o suspeito jurou obediência ao grupo Estado Islâmico (EI) num vídeo que fez antes do ataque. No vídeo, o jovem fala em árabe e manifesta "o seu apoio aos 'jihadistas' que atuam em diferentes regiões".
"O vídeo foi publicado na sua conta na rede social X (antigo Twitter)", aberta no início de outubro e que incluía "numerosas publicações sobre o Hamas, Gaza e, de forma mais geral, a Palestina", segundo Ricard.
O jovem converteu-se ao Islão em 2015, quando tinha 18 anos. Esteve a receber "acompanhamento médico" até abril de 2023 devido aos problemas mentais e depois passou a ser vigiado pelos serviços secretos franceses devido ao seu perfil ligado ao radicalismo islâmico.
Em outubro, a mãe do suspeito, uma exilada política iraniana, indicou à polícia que estava preocupada com o filho, que estava "retraído em si mesmo". No entanto, recusou que fosse internado de forma forçada e, dias depois, garantiu que estava "melhor".
Sublinhe-se que o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, admitiu hoje que houve uma falha "óbvia" no acompanhamento psiquiátrico do suspeito.
A família do suspeito - os pais e a irmã - encontra-se sob custódia policial desde domingo, segundo o jornal francês Le Parisien. Em caso de suspeitas de 'jihadismo' é habitual que as autoridades francesas recorram à custódia policial de elementos próximos do suspeito, com a intenção de obter informações ou detetar se também estão envolvidos.
Os dois feridos, de 66 e 60 anos anos, encontram-se estáveis e a receber tratamento psicológico, à semelhança da namorada da vítima mortal.
França encontra-se em alto alerta de ameaça terrorista desde que, em outubro, um homem de origem chechena matou um professor numa escola no norte do país.
Desde 2012, os atentados 'jihadistas' em França fizeram mais de 270 mortos e 1.200 feridos, sobretudo em 2015 e 2016.
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