O diretor do gabinete de informação do Governo de Gaza, Islamil al Zauabta, indicou, em entrevista ao canal de televisão do Qatar al-Jazeera, que, durante 50 dias, "nem uma única gota de combustível entrou em Gaza ou na zona norte da Faixa de Gaza".
"As forças de ocupação querem deslocar [para sul] os cidadãos da região e do norte da Faixa. A trégua mostrou a grande destruição sofrida, especialmente na Cidade de Gaza e no norte do enclave", afirmou, apelando à comunidade internacional para que facilite a entrada de combustível.
"A falta de combustíveis representa um grande desastre", lembrou, sublinhando que "o setor da saúde entrou em colapso total".
São precisos "equipamentos e mecanismos de defesa civil, bem como material médico", afirmou e referiu que o hospital al-Shifa, o maior complexo de saúde da zona, necessita de 12 mil litros de combustível por dia para funcionar corretamente.
"Centenas de camiões precisam de entrar durante várias semanas. A roda da vida parou em Gaza e estamos perante um desastre", concluiu.
Hoje, as fações palestinianas solicitaram um cessar-fogo abrangente na Faixa de Gaza e agradeceram às autoridades do Egito e do Qatar pelo seu papel na mediação de uma trégua no conflito com Israel e da sua extensão, segundo informações do jornal palestiniano Filastin, ligado ao Hamas.
"Pedimos aos nossos irmãos do Egito que recebam um maior número de feridos para que tenham acesso a tratamento médico. Continuamos a ver violações da trégua temporária e pedimos que sejam forçados a parar", afirmou.
Na segunda-feira, pouco antes de expirar o pacto que entrou em vigor na manhã de sexta-feira, o Hamas, o Qatar e os Estados Unidos anunciaram que a trégua seria prorrogada por mais dois dias, durante os quais o grupo islamita libertará pelo menos 10 reféns por dia.
Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islamita palestiniano que provocou a morte de cerca de 1.200 pessoas e ainda levou ao rapto de mais de 240 em comunidades israelitas próximas à Faixa de Gaza.
Desde então, as forças aéreas, navais e terrestres de Israel contra-atacaram no enclave palestiniano, onde mais de 15 mil pessoas já morreram, a maioria crianças e mulheres, segundo as autoridades da Faixa de Gaza -- controlada pelo Hamas -, estimando-se que mais de sete mil pessoas estejam desaparecidas sob os escombros.
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