Áudios de WhatsApp enviados por mulher morta ajudaram a resolver crime
Quatro homens foram detidos por serem suspeitos do homicídio.
© Getty Images/ Tony McArdle
Mundo Crime
Nos últimos meses da sua vida, Ashley Dale gravou mensagens de voz onde relatava os seus medos e receios - áudios que foi enviando aos seus amigos.
A mulher, de 28 anos, foi assassinada na sua casa, em Liverpool. Um homem armado arrombou a porta da residência e começou a disparar indiscriminadamente, na madrugada de 21 de agosto de 2022.
Ashley não seria o alvo, mas acabou por morrer, segundo relata a BBC.
"A Ashley estava a narrar a sua própria história, que levou àquele incidente", acreditam os procuradores, indicando que as suas gravações foram "cruciais" para o caso.
Em tribunal, ouviu-se que o companheiro de Ashley, Lee Harrison, que não estava em casa no momento do tiroteio, era o alvo do mesmo. O homem estaria há muitos anos envolvido num conflito que se intensificara.
Tudo isto é reportado nas gravações da mulher, que conseguiu reportar eventos acontecidos em junho (dois meses antes de morrer) e onde partilhava os seus receios do que poderia vir a acontecer.
"É a primeira vez que vejo que relatos do crime deixadas pela vítima assumem um papel tão preponderante no tribunal", afirmou o inspetor Cath Cummings.
O telemóvel da mulher, encontrado muito perto do seu corpo, assumiu um papel "significativo" em ajudar os detetives a juntar as peças e tentar perceber o que se passou naquele dia e porquê.
"Nunca na vida assisti a um caso em que é a própria voz da vítima a dizer-nos o que se passou e através dos quais estamos a tentar obter evidências. Na realidade temos a vitima a contar-nos [o que se passou]", acrescenta a mesma fonte.
Em algumas das mensagens a mulher afirmava que "não queria que o funeral do Lee" fosse um dos seus próximos eventos e dizia que "tinha um mau pressentimento em relação a tudo" e que sempre saía do carro "sentia que tinha de estar sempre a olhar para trás".
No total, foram apreendidos 3.360 objetos relacionados com o caso, dos quais 139 foram dispositivos digitais. Contudo, afirma a BBC, as gravações de voz de Ashley foram as provas mais significantes e reveladoras para o caso.
No final, quatro homens foram detidos e acusados de homicídio, a Supremo Tribunal de Liverpool, no Reino Unido.
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