Cerca de 1.300 pessoas juntaram-se, esta terça-feira, na Calle de Ferraz, em Madrid, onde se situa a sede nacional do partido socialista espanhol (PSOE) para mais uma noite de protestos contra a lei da amnistia e o acordo do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, com os independentistas catalãs.
Segundo a rádio espanhola Cadena SER, o protesto manteve um forte dispositivo policial, mas os manifestantes, apoiados pelo Partido Popular (PP) e pelo Vox, não se deixaram intimidar, acusando Pedro Sanchéz de ser um "filho da p***" e um "delinquente".
"Não és um presidente, és um delinquente", "Por sete votos, vendeste a tua mãe" e "Traidor, lembra-te que Judas enforcou-se. Toma nota", foram algumas das frases que se fizeram ouvir.
No entanto, os ânimos exaltaram-se quando um grupo se colocou no meio da manifestação com uma série de bonecas insufláveis nuas, com o símbolo do PSOE. "Isto não é uma sede, é um clube de prostitutas" afirmaram, citados pela Cadena Ser, acrescentado que "estas são as ministras do PSOE".
Irene Montero, ministra da Igualdade, já reagiu ao protesto, garantindo que "o machismo dos reacionários não contará" com o seu "silêncio".
"Chamam-nos 'p*tas' para nos marcar como 'más mulheres' que não podem exercer o poder, é violência para nos disciplinar. Mas a Espanha já mudou e o que não tolera é o machismo. Não temos medo de vocês", frisou.
El machismo de los reaccionarios no va a contar con nuestro silencio.
— Irene Montero (@IreneMontero) November 14, 2023
Nos llaman “putas” para señalarnos como “malas mujeres” que no pueden ejercer el poder, es violencia para disciplinarnos.
Pero España ya ha cambiado y lo que no tolera es el machismo. No os tenemos miedo
Sublinhe-se que o PSOE entregou no parlamento uma proposta para uma lei de amnistia das pessoas envolvidas na tentativa de autodeterminação da Catalunha que culminou com uma declaração unilateral de independência em 2017.
A proposta resulta de acordos assinados entre o PSOE e dois partidos catalães que em troca da amnistia vão viabilizar um novo Governo de esquerda em Espanha, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho.
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