A porta-voz do Departamento (DHS, na sigla inglesa), Tricia McLaughlin, afirmou à agência AP que as tropas foram requisitadas para ajudar a cumprir o "mandato do povo americano" a Trump "para prender e deportar estrangeiros ilegais criminosos",
O DHS, adiantou, "usará todas as ferramentas e recursos disponíveis" para tal, porque a "segurança dos cidadãos americanos vem em primeiro lugar".
Trump tem levado a cabo uma ampla repressão contra a imigração ilegal, emitindo uma série de ordens executivas destinadas a travar aquilo a que chamou a "invasão" dos Estados Unidos.
A notícia da requisição de 20 mil soldados foi inicialmente avançada pelo New York Times e mais tarde confirmada à agência AP um responsável governamental sob anonimato.
Os soldados da Guarda Nacional iriam apoiar as agências que têm estado em todo o país a identificar e deter imigrantes para deportação.
A agência do DHS responsável pela aplicação da lei da imigração (ICE, na sigla inglesa), tem um efetivo total de cerca de 20.000 funcionários distribuídos por três divisões.
A divisão diretamente responsável pela detenção e remoção de pessoas que não têm o direito de permanecer no país (ERC), tem no total de cerca de 7.700 funcionários, incluindo um pouco mais de 6.000 agentes.
A Guarda Nacional norte-americana está sob alçada dos governadores estaduais e, de acordo com a AP, não foi esclarecido porque é que o pedido do DHS foi feito não aos estados, mas ao Departamento de Defesa.
As unidades da Guarda Nacional viriam dos estados e seriam usadas para ajudar nas operações de deportação, mas a forma como atuarão poderá depender do facto de permanecerem sob o controlo dos governadores.
A legislação norte-americana determina que as tropas sob alçada do governo federal não podem ser utilizadas para a aplicação da lei, mas tal é permitido a unidades sob controlo estadual.
Os EUA já têm cerca de 10.000 soldados sob ordens estaduais e federais ao longo da fronteira com o México, incluindo alguns que agora têm o poder de deter migrantes que encontram ao longo de uma estreita faixa de terra, recentemente militarizada, adjacente à demarcação entre os dois países.
Até agora, estas tropas têm-se limitado, em grande medida, a fornecer transporte aéreo, reforço da vedação, vigilância e apoio administrativo para libertar agentes fronteiriços para efetuar prisões ou detenções.
Ao longo da nova zona militarizada, as tropas colocaram sinais de aviso e acompanharam os agentes fronteiriços, deixando para outras agências a detenção dos imigrantes que atravessam a fronteira.
No Novo México, onde a nova zona militarizada foi criada pela primeira vez, os juízes federais começaram a rejeitar as acusações de segurança nacional contra os imigrantes acusados de atravessar a fronteira sul dos EUA através da zona militar recém-designada, encontrando poucas provas de que eles tinham conhecimento da zona.
Trump fez do combate à imigração ilegal uma prioridade máxima, mas o seu programa de deportações tem sido frustrado ou abrandado por várias decisões judiciais a favor dos direitos dos deportados.
Na semana passada, o conselheiro presidencial Stephen Miller afirmou que a Casa Branca está a "considerar seriamente" suspender os direitos de recurso 'habeas corpus' dos imigrantes nos Estados Unidos alvo de planos de deportação, caso estes continuem a enfrentar resistência nos tribunais.
O governo republicano invocou a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798, para justificar a expulsão do país de imigrantes que acusa de serem membros do gangue venezuelano Tren de Aragua - declarado entretanto organização "terrorista" - e qualificando-os de "invasores".
Washington chegou a acordo com o Presidente salvadorenho, Nayib Bukele, para enviar migrantes detidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma prisão de segurança máxima onde de acordo com algumas organizações locais se têm registado abusos de direitos humanos.
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