Líder dos capacetes azuis no Líbano teme escalada do conflito

O líder da Força Interina da ONU no Líbano (Finul) destacada no sul do país declarou hoje temer uma intensificação da violência entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, no contexto da guerra na Faixa de Gaza.

Notícia

© Reuters

Lusa
14/11/2023 17:28 ‧ 14/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Expressei a minha profunda preocupação com a situação no sul e com a possibilidade de as hostilidades alastrarem e se intensificarem", afirmou o general Aroldo Lázaro Sáenz, que chefia aquela força de manutenção da paz, no final de um encontro em Beirute com o primeiro-ministro, Najib Mikati, e o presidente do parlamento, Nabih Berri.

"A prioridade da Finul é, neste momento, impedir a escalada do conflito, preservar as vidas dos civis e garantir a segurança dos capacetes azuis que estão a tentar fazer isso", sublinhou.

Desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, a 07 de outubro, há trocas de fogo diárias entre o Exército israelita e grupos armados aliados do Hamas - em particular o Hezbollah, pró-iraniano --, no sul do Líbano.

A Finul foi atingida várias vezes pelos bombardeamentos. No final de outubro, um projétil atingiu o seu quartel-general em Nagura, perto da fronteira israelo-libanesa, e um capacete azul ficou ferido quando um morteiro caiu perto da aldeia fronteiriça de Hula.

Pelo menos 88 pessoas foram mortas no sul do Líbano desde o início das hostilidades, 65 das quais combatentes do Hezbollah e pelo menos dez civis, incluindo um jornalista da agência Reuters.

Do lado israelita, nove pessoas foram mortas, seis das quais militares, segundo as autoridades israelitas.

Os Estados Unidos, França e outros países ocidentais advertiram contra a entrada direta do Líbano na guerra entre Israel e o Hamas.

O general Lázaro afirmou que o papel da Finul "continua a ser fundamental e visa impedir qualquer escalada do conflito indesejável" e sublinhou a necessidade de se aplicar a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, "atualmente a ser desafiada", na sua opinião.

Essa resolução pôs fim à guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel e estabeleceu a presença exclusiva do Exército libanês no território nacional.

Composta por mais de 10.000 efetivos, a Finul está estacionada no sul do Líbano desde 1978 para servir de tampão com Israel, uma vez que os dois países estão tecnicamente ainda em guerra.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 39.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

Leia Também: Jornalista libanesa interrompida por ataque de míssil durante direto

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas