Um hospital da Florida, nos EUA, vai ter de pagar uma indemnização de 211 milhões de dólares (cerca de 197 milhões de euros) à família de uma mulher que se suicidou, depois de ter sido acusada de abusar da sua filha doente.
Após um julgamento de oito semanas, o júri considerou, na quinta-feira, que o Johns Hopkins All Children's Hospital de São Petersburgo, na costa oeste da Florida, era responsável por sete acusações, incluindo o rapto da menor Maya Kowalski, que se tornou protagonista de um documentário da Netflix.
Maya Kowalski tinha nove anos quando numa visita ao hospital, os médicos acusaram a sua mãe de fazer com que a filha ficasse doente. Beata Kowalski, que era enfermeira, acabou por se suicidar e, afinal, tal como defendera, a criança sofria de uma doença neurológica rara.
Beata Kowalski foi acusada de sofrer da Síndrome de Munchausen, uma doença do foro psicológico em que um pai inventa sintomas falsos ou provoca-os para fazer parecer que uma criança está doente ou magoada.
Maya, o pai e o irmão, protagonistas de um documentário da Netflix © Getty Images/Erik Tanner
Agora, o tribunal considerou que o hospital teve uma conduta "extrema e ultrajante" no tratamento de Maya e foi acusado de vários crimes, entre eles falso aprisionamento, negligência médica, faturação fraudulenta e agressão à criança, que foi detida no centro médico em 2016 com o argumento de que a mãe a estava a medicar de forma irresponsável.
Maya, note-se, viria a descobrir-se que sofria da síndrome de dor regional complexa (SDRC), uma doença neurológica rara que provoca dores fortes ao mais pequeno toque.
Durante o julgamento, esta quinta-feira, a jovem não conteve as lágrimas aquando do veredito final.
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