Um passageiro de um voo da Air Canada viu-se forçado a arrastar-se para fora do avião, apesar de sofrer de paralisia cerebral espática, após o staff da companhia não ter uma cadeira de rodas à disposição e ter dito ao casal que teria de sair sem ajuda.

O incidente ocorreu em agosto, quando Rodney Hodgins, de 49 anos, viajou para Las Vegas com a esposa, Deanna, para celebrarem o seu aniversário de casamento.

Segundo contou a mulher numa publicação no Facebook, a equipa de bordo disse ao casal que não houve tempo para colocar uma cadeira de rodas a bordo da aeronave, antes do intervalo entre voos. O funcionário disse, então, que Rodney teria de sair sem apoio do avião.

Quando o casal perguntou se se tratava de uma piada, o funcionário repetiu o pedido. "Eu disse 'claro que não posso, preciso de uma cadeira de rodas, não consigo andar'", contou o passageiro à Canadian Press, citado pelo The Guardian.

Deanna disse então que Rodney foi forçado a usar a parte superior do seu corpo para andar 12 filas de lugares, enquanto a mulher lhe segurava nas pernas.

Deanna Hodgins explicou que o episódio foi humilhante e doloroso para os dois, numa altura tão especial.

"Foi muito árduo, em frente a dezenas de pessoas que olharam para longe e outros que olharam com vergonha, para que o tirassem do avião. Magoou as pernas e eu magoei-me nas costas - emocionalmente foi muito mais doloroso. Os direitos humanos do meu marido foram esmagados e a Air Canada não nos responde nem nos aborda como prometeu", criticou Deanna, acrescentando que o marido é "o ser-humano mais bonito do planeta e não merecia isto de todo".

A Air Canada reconheceu mais tarde o incidente, pediu desculpas ao casal e prometeu investigar e melhorar os seus serviços.

"Usamos serviços de terceiros de assistência de cadeira de rodas em Las Vegas, para oferecer transporte seguro de e para a aeronave. Após a nossa investigação sobre como este lapso sério ocorreu, vamos avaliar outros serviços de assistência de mobilidade em Las Vegas", prometeu a empresa.

Esta não é a primeira vez que um incidente com pessoas com mobilidade reduzida mancha as relações públicas da companhia aérea canadiana. Ainda este mês, a própria chefe da divisão de acessibilidade perdeu a cadeira de rodas num voo da Air Canada, num irónico caso que levou a funcionária a descrever a experiência como "frustrante e desumana".

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