Guerra no 22º dia com intensificação de operações terrestres em Gaza

JA guerra entre Israel e o Hamas entrou hoje no seu 22.º dia com a intensificação das operações terrestres israelitas em Gaza em paralelo com os bombardeamentos do enclave que se prolongam desde 07 de outubro.

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© Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

Lusa
28/10/2023 12:05 ‧ 28/10/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao sul de Israel, a 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas e fazendo 224, desencadeou uma nova escalada no conflito no Médio Oriente, à qual Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, e onde vivem cerca de 2,3 milhões de palestinianos.

Os ataques israelitas prosseguiam hoje de manhã em Gaza, após uma noite de bombardeamentos sem precedentes no território palestiniano, segundo testemunho de jornalistas das agências de notícias estrangeiras na região, que davam conta de explosões pontuais resultantes de ataques com infantaria e veículos blindados apoiados por via aérea e marítima.

De acordo com o porta-voz militar das Forças de Defesa de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, as forças terrestres mantinham-se no terreno para dar continuidade à guerra, uma alteração relativamente aos dias anteriores quando as tropas faziam breves incursões terrestres noturnas, regressando depois a território israelita.

No rescaldo da operação noturna, o exército israelita anunciou ter atingido 150 alvos subterrâneos no norte de Gaza, incluindo "túneis utilizados por terroristas, locais de combate subterrâneos e outras infraestruturas", adiantando ter matado vários elementos do Hamas, incluindo o chefe do comando aéreo do Hamas, Ezzam Abu Raffa, que terá participado no planeamento do ataque de 07 de outubro.

Israel divulgou vídeos a mostrar colunas de veículos blindados movendo-se lentamente em áreas de Gaza, a primeira confirmação visual de tropas no terreno, e os militares israelitas reiteraram estar a realizar ataques direcionados e ampliados com o objetivo de "preparar o terreno para futuras fases da operação".

O Hamas denunciou violentos combates entre os seus combatentes e o exército israelita no centro e no norte da Faixa de Gaza e as autoridades palestinianas falam de centenas de edifícios "completamente destruídos" e milhares de outras casas danificadas.

De acordo com testemunhos recolhidos pela AFP, os bombardeamentos israelitas mais violentos concentraram-se nas zonas em redor de dois hospitais, o al-Shifa na cidade de Gaza e o chamado hospital "indonésio", construído com donativos da Indonésia, no setor de Jabaliya, mais a norte.

Os ataques deixaram enormes crateras nas ruas, que ficaram completamente intransitáveis.

As comunicações e a internet estão cortadas desde sexta-feira e o Crescente Vermelho Palestiniano e várias agências da ONU afirmaram ter perdido o contacto com as suas equipas no terreno.

A Human Rights Watch (HRW) alertou para o risco de o apagão "dar cobertura a atrocidades em massa".

Por outro lado, as famílias dos reféns do grupo islamita Hamas detidos na Faixa de Gaza, na sua maioria israelitas, manifestaram-se hoje preocupadas e exigiram explicações ao Governo de Telavive, após os intensos bombardeamentos do exército contra este território palestiniano.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou a Israel para que ponha imediatamente fim aos ataques, que classificou como "uma loucura, e apelou à participação numa manifestação de apoio aos palestinianos organizada pelo seu partido hoje, em Istambul.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguéi Lavrov, apelou a Israel para que renuncie à estratégia de "terra queimada" na Faixa de Gaza e opte por resolver pacificamente o conflito com os palestinianos, alertando que a falta de resolução do conflito no Médio Oriente é o fator principal utilizado para "alimentar o extremismo e o terrorismo na região".

A Rússia manteve, na quinta-feira, consultas com representantes da ala política do Hamas em Moscovo, o que foi condenado por Israel e pelas chancelas ocidentais.

Durante as conversações, Moscovo apoiou a criação de um Estado palestiniano independente, mas também exigiu ao Hamas a libertação imediata de todos os reféns em seu poder.

A Assembleia Geral da ONU aprovou, por larga maioria, o apelo para uma "trégua humanitária imediata", numa resolução votada na sexta-feira e não vinculativa que foi encarada como uma "infâmia" por Israel e saudada pelo Hamas.

Leia Também: Aumenta para cerca de 29.000 o número de deslocados no Líbano

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