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PM do Kosovo acusa grupo criminoso com ligações à Sérvia de ataque

O primeiro-ministro do Kosovo afirmou hoje que um grupo criminoso do norte da Sérvia esteve por trás de um ataque realizado em setembro no território kosovar que matou quatro pessoas, uma das quais um polícia.

PM do Kosovo acusa grupo criminoso com ligações à Sérvia de ataque
Notícias ao Minuto

14:27 - 23/10/23 por Lusa

Mundo Kosovo

O primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, alegou ainda que o ministro da Defesa da Sérvia, Milos Vucevic, lidera o grupo criminoso em questão, conhecido como "Gangue Novi Sad", em homenagem à cidade sérvia de Novi Sad, e acusou o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, de ter ligações ao gangue.

Kurti não apresentou nenhuma prova que corrobore as suas afirmações nem avançou mais pormenores, descrevendo apenas o gangue como um "grupo terrorista paramilitar".

O Ministério da Defesa da Sérvia rejeitou "em absoluto" as acusações do líder do Kosovo, que classificou como "mentiras hediondas" e apelou à comunidade internacional para que tome medidas para parar a campanha "incendiária e suja" feita pelo Governo de Pristina.

As tensões entre a Sérvia e o Kosovo reacenderam-se em 24 de setembro, quando cerca de 30 sérvios fortemente armados se barricaram num mosteiro ortodoxo no norte do Kosovo, dando início a hostilidades.

Os confrontos foram dos piores desde que o Kosovo declarou a independência da Sérvia, em 2008, e aconteceram num momento em que a União Europeia (UE) e os Estados Unidos estavam a finalizar conversações que duram há vários anos para a normalização dos laços entre os dois Estados dos Balcãs.

Kurti propôs hoje, na sua página da rede social Facebook, que a UE e os Estados Unidos "criem um tribunal especial" para julgar o "Gangue Novi Sad", uma vez que Kosovo não tem jurisdição dentro da Sérvia.

Segundo Belgrado, os confrontos de 24 de setembro podem ter sido orquestrados por um líder de etnia sérvia do Kosovo, Milan Radoicic, que chegou a ser detido e interrogado, mas foi libertado no início deste mês.

No sábado, enviados da UE e dos Estados Unidos visitaram o Kosovo e a Sérvia, instando as partes a retomarem o diálogo para a normalização das relações antes que as tensões resultem em mais violência.

A UE apresentou em fevereiro um plano de 10 pontos para pôr fim a meses de crises políticas entre os dois lados.

Kurti e Vucic deram a sua aprovação na altura, mas com reservas que não foram resolvidas desde então.

A NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) reforçou a sua força no Kosovo (KFOR), enviando mais 4.500 soldados para o terreno e armamento mais pesado para aumentar o poder de combate das forças de manutenção da paz.

A Sérvia e a sua antiga província (Kosovo) estão em desacordo há décadas, tendo a última guerra em que estiveram envolvidos, em 1998-1999, provocado mais de 10.000 mortos, a maioria dos quais albaneses do Kosovo.

O Kosovo é visto pela UE como um potencial candidato à adesão. O território apresentou a sua candidatura à adesão em dezembro de 2022.

 

Leia Também: Parlamento Europeu condena "perigosa política" da Sérvia face ao Kosovo

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