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Necessários 100 camiões por dia de ajuda humanitária a Gaza, revela ONU

O responsável da ONU para as emergências humanitárias defendeu hoje que a ajuda a Gaza, assim que puder atravessar a fronteira do Egito, deverá ser "substancial", da ordem dos 100 camiões por dia, e a sua segurança, acautelada.

Necessários 100 camiões por dia de ajuda humanitária a Gaza, revela ONU
Notícias ao Minuto

20:49 - 18/10/23 por Lusa

Mundo Martin Griffiths

"Devemos começar com um número significativo de camiões e chegar aos 100 camiões por dia -- era esse o caso do programa de ajuda na Faixa da Gaza", explicou Martin Griffiths, coordenador das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, à estação televisiva CNN Europe.

Griffiths referiu negociações "incrivelmente pormenorizadas com as partes" para definir as regras de entrada e distribuição da ajuda humanitária.

O responsável falava apenas algumas horas depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter indicado ter recebido garantias do Governo israelita de que deixará entrar a ajuda humanitária pelo posto de passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

"Temos de obter a garantia de que conseguimos intervir em grande escala todos os dias, de forma consciente, repetitiva e fiável", insistiu Griffiths, explicando que os diferentes funcionários da ONU que se encontram na Faixa de Gaza -- incluindo 14.000 trabalhadores da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) -- tratarão então de distribuir a ajuda.

Em seguida, "devemos estar em condições de chegar às pessoas com total segurança", sustentou Griffiths, recordando que o direito humanitário internacional estipula que as organizações humanitárias devem distribuir ajuda sempre que considerem existir segurança para tal.

"Estas duas coisas precisam de ser esclarecidas, confirmadas, e espero que isso aconteça nos próximos dias, para que possamos iniciar este programa de ajuda essencial", afirmou o responsável da ONU, que se encontra no Cairo desde terça-feira para negociar com as autoridades egípcias.

Há vários dias que toneladas de ajuda humanitária estão retidas no deserto do Sinai egípcio, enquanto Rafah está fechada do lado palestiniano, após quatro bombardeamentos esta semana.

"Israel não impedirá a entrada de ajuda humanitária a partir do Egito desde que se trate de alimentos, água e medicamentos para a população civil do sul da Faixa de Gaza", confirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em comunicado.

Martin Griffiths sublinhou que a ONU se assegurará de que a ajuda será apenas para os civis e não para o movimento islamita Hamas, que controla aquele enclave palestiniano pobre desde 2007 e que foi classificado como organização terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel.

A Faixa de Gaza está mergulhada numa crise humanitária inédita: é alvo de um embargo quase total por parte de Israel, que o decretou após um ataque sem precedentes ao seu território, a 07 de outubro, pelo Hamas, que fez mais de 1.400 mortos e cerca de 200 reféns.

As vítimas foram na maioria civis, tal como as 3.478 pessoas mortas nos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza que se seguiram nos últimos 11 dias.

Israel, que planeia uma ofensiva terrestre àquele território palestiniano, emitiu também um ultimato para a população civil do norte (cerca de 1,1 milhões de pessoas) abandonar a região e se dirigir para o sul -- uma deslocação forçada que se concretizou, apesar dos protestos da comunidade internacional.

O Presidente turco, o islamita Recep Tayyip Erdogan, culpou hoje a ONU, os países ocidentais e os órgãos de comunicação internacionais da crise desencadeada pelo ataque terrorista cometido pelo Hamas a 07 de outubro em Israel.

"Fizemos grandes esforços para resolver a crise que começou a 07 de outubro e que corre o risco de alastrar a toda a nossa região", escreveu Erdogan numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).

Segundo o chefe de Estado da Turquia, tais esforços "foram obstruídos" por medidas como o envio por parte dos Estados Unidos de um porta-aviões para a região, o corte da ajuda ao povo palestiniano e o "castigo coletivo à população de Gaza", referindo-se aos bombardeamentos de retaliação realizados por Israel.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas, cada vez mais ineficaz, não cumpriu mais uma vez a sua responsabilidade. Os países ocidentais, tão ardentes defensores dos direitos humanos e das liberdades, nada mais fizeram que pôr lenha na fogueira", criticou Erdogan.

Acusou também os meios de comunicação internacionais de "branquearem a carnificina humana com publicações tendenciosas e hipócritas".

Leia Também: Bombardeamentos israelitas em Gaza fazem pelo menos 40 mortos

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