Este mandato foi acordado pela primeira vez em 2013, no decurso da campanha internacional contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI). Nos anos seguintes, foi renovado anualmente.
Em 2021, e pela primeira vez, foi renovado por dois anos, fornecendo ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um mandato mais longo com o objetivo de prosseguir as suas campanhas militares contra as forças curdas.
"É essencial para a segurança nacional da Turquia que se tomem as medidas necessárias, em conformidade com o Direito Internacional, contra todos os riscos, ameaças e ações que possam constituir uma ameaça", refere o texto da prorrogação, assinado pelo Presidente Erdogan.
O texto também prevê a possibilidade de acolher tropas estrangeiras em solo turco.
Esta cláusula motivou fortes críticas do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e nacionalista), principal força da oposição turca.
"Enquanto nacionalista, não quero que forças estrangeiras metam um pé em solo turco", declarou, na semana passada, Kemal Kiliçdaroglu, ainda líder do partido e derrotado por Erdogan na segunda volta das presidenciais de maio passado.
A Turquia intensificou os seus 'raides' aéreos transfronteiriços contra alvos curdos no nordeste da Síria e norte do Iraque, em represália contra um atentado à bomba em 01 de outubro em Ancara que feriu dois polícias e foi atribuído ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). No ataque, junto ao parlamento em Ancara, os dois atacantes morreram.
O PKK que desencadeou em 1984 uma rebelião armada contra Ancara -- apesar de já ter afirmado por diversas ocasiões que pretendia renunciar a ações violentas no caso de reconhecimento de uma ampla autonomia para o Curdistão turco -- é considerado como uma "organização terrorista" pela Turquia e aliados ocidentais.
Os responsáveis turcos afirmaram que os dois autores do atentado em Ancara eram provenientes da Síria.
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