Chefes da diplomacia da Rússia e China discutiram guerras
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da China discutiram hoje em Pequim o conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas e a guerra na Ucrânia.
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Mundo Guerra
De acordo com um comunicado difundido pela diplomacia russa, os dois ministros mantiveram "uma troca de pontos de vista aprofundada" sobre uma "vasta gama de problemas internacionais e regionais, incluindo a deterioração acentuada da situação no Médio Oriente".
Moscovo e Pequim reiteraram nos últimos dias que a resolução do conflito israelo-palestiniano exige uma solução de dois Estados que vivam lado a lado em paz e segurança e apelaram à proteção dos civis.
Lavrov e Wang debateram também em pormenor as questões de segurança na região Ásia - Pacífico, especialmente a manutenção da estabilidade na Península da Coreia e a necessidade de "impedir que a arquitetura de segurança da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] seja minada" pelo Ocidente.
Eles debateram igualmente questões relativas à "crise ucraniana", incluindo os esforços para a resolver através de esforços políticos e diplomáticos.
A China ofereceu-se para mediar a guerra na Ucrânia, que dura há 600 dias, com um plano de 12 pontos que é visto por Moscovo como uma "base" para eventuais negociações, mas rejeitado por Kiev, uma vez que não exige a retirada das tropas russas de todos os territórios ocupados.
Lavrov e Wang também sublinharam a importância de reforçar a estreita coordenação entre a Rússia e a China no cenário internacional, incluindo na ONU e no Conselho de Segurança, na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no G20, na APEC e noutros mecanismos e fóruns, de acordo com a versão russa.
Os dois ministros confirmaram igualmente o compromisso mútuo de reforçar os contactos no Fórum BRICS - bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, tendo em conta que, no próximo ano, a presidência rotativa deste grupo será exercida pela Rússia.
A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China.
Pequim condenou as sanções internacionais impostas à Rússia, mas não abordou diretamente o mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra Putin, acusado de envolvimento no rapto de milhares de crianças na Ucrânia.
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