Os militares israelitas referiram que projéteis não identificados foram disparados da Síria e deverão ter caído numa zona deserta, noticiou a agência Associated Press (AP).

Os soldados "estão a responder com fogo de artilharia e morteiros na direção da origem desses disparos na Síria", destaca um breve comunicado militar divulgado logo após o anúncio de "uma série de tiros" oriundos do outro lado da linha divisória.

"Parece que foram tiros de morteiro", frisou um porta-voz militar à agência France-Presse (AFP), quando questionado sobre a natureza desses primeiros disparos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra da oposição com sede no Reino Unido, mas com uma vasta rede de informadores no terreno, referiu que uma fação palestiniana conduziu o ataque com foguetes a partir do território sírio.

Estas são as primeiras trocas de tiros entre Síria e Israel desde a nova escalada de violência que começou no sábado.

O chamado Acordo de Separação de Forças, alcançado em 1974 pelos dois países, estabelece uma separação específica entre as tropas de ambos os lados e estipula que quer a Síria, quer Israel "se absterão de qualquer ação militar contra o outro".

O Estado judeu ocupou as Colinas de Golã da Síria durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e posteriormente anexou a região unilateralmente em 1981.

Na fronteira entre o Líbano e Israel também se têm registado ataques cruzados desde a escalada de tensões no sábado.

Depois de vários foguetes terem sido lançados hoje do sul do Líbano por desconhecidos, o Exército israelita respondeu atacando dois postos de observação pertencentes ao Hezbollah, conforme confirmado pelas forças do Estado Judeu em comunicado.

Quando o Hezbollah lançou os mísseis contra o tanque em Avivim, que diz ter destruído, Israel respondeu novamente com um bombardeamento aéreo sobre outro posto de observação do grupo libanês, explicou o Exército israelita, descartando baixas nas suas forças.

Por sua vez, o Exército Libanês informou que durante a tarde também ocorreram vários ataques de artilharia israelita contra pontos no distrito sul de Tiro, enquanto a agência nacional de notícias do Líbano (ANN) relatou a queda de bombas de fósforo em Al Mari e Majidiya.

O grupo islâmico palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".

Durante a incursão em território israelita, o Hamas fez mais de uma centena de reféns, civis e militares, que levou para a Faixa de Gaza.

A resposta militar de Israel, que declarou guerra ao Hamas após o ataque, causou a morte de mais de 800 pessoas em Gaza, de acordo com os balanços mais recentes.

Do lado israelita, uma alta patente militar avançou que o número de mortos ultrapassou os mil.

[Notícia atualizada às 22h42]

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