Os militares, segundo a imprensa venezuelana, foram detidos na quinta-feira e estão a ser interrogados na Direção de Contrainteligência Militar (serviços de informação militares).
"Este grupo de militares estava a fazer a custódia externa da prisão de Tocorón no dia em que a prisão foi tomada pela Operação Cacique Guaicaipuro, com a participação de mais de 11.000 agentes", avançou hoje o diário Últimas Notícias (UN).
Segundo o UN estes oficiais teriam informado os cabecilhas do grupo criminoso "El Tren de Arágua" sobre a realização da operação.
Em 21 de setembro as autoridades venezuelanas confirmaram que mais de 11.000 funcionários das forças de segurança concluíram com sucesso uma operação de combate a grupos criminosos que atuavam na Penitenciaria de Tocorón, no Estado de Arágua.
"O Governo Bolivariano informa a população que a Operação Liberação Cacique Guaicaipuro, na sua 1ª fase, cumpriu com sucesso o desmantelamento de um centro de conspiração e crime contra a população venezuelana, graças ao trabalho articulado entre os órgãos de segurança cidadã e a Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (FANB)", explica-se num comunicado.
No documento, divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores e Justiça, indica-se que a operação teve como propósito "a imediata restituição da ordem e o absoluto controlo" de Tocorón, cárcere "que passará a um processo de reestruturação e será desalojado por completo".
"É de salientar que, durante a eficaz operação, foi desmantelado um centro de conspiração e de crime, utilizado por uma rede criminosa internacional contra a população venezuelana", segundo a mesma nota.
Durante a operação dezenas de presos conseguiram fugir, tendo depois sido capturados pelas autoridades locais.
Segundo a imprensa venezuelana, desde há vários anos, que várias organizações locais têm denunciado que desde a prisão de Tocorón operava o grupo criminoso "El Tren de Arágua" com tentáculos em vários países.
Ainda segundo a imprensa local, o líder do grupo, Héctor Rusthenford Guerrero, alias Niño Guerrero, estava detido naquele cárcere.
O grupo "El Tren de Arágua" tem sido relacionado com crimes de sequestro, homicídio por encomenda, venda de drogas e tráfico de armas em pessoas em vários países da América Latina, entre eles o Peru, Chile, a Colômbia e o Brasil.
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