A Comissão Europeia propôs enviar "esta semana" uma delegação "para prosseguir as discussões sobre a aplicação do protocolo de entendimento" que prevê uma ajuda financeira à Tunísia para lutar contra a imigração clandestina.
Na segunda-feira, o presidente Kais Saied decidiu, no entanto, adiar a visita para data posterior, a combinar pelas duas partes, segundo um comunicado de imprensa da Presidência.
Kais Saied "pediu o adiamento para examinar os pontos a negociar no âmbito do acordo", indicou o ministro do Interior, Kamel Feki, num vídeo partilhado na página oficial do seu Ministério na sexta-feira à noite.
Negando a existência de "um desacordo" com a União Europeia (UE) sobre a matéria, Feki sublinhou que este "acordo preliminar (...) ainda não foi concretizado".
Já a Comissão Europeia disse estar a trabalhar com as autoridades tunisinas para encontrar "o melhor momento [para uma visita] para ambas as partes", sem especificar os motivos do adiamento.
Assinado em julho na capital da Tunísia, o acordo visa reduzir o número de migrantes que saem da costa tunisina, principal ponto de partida, juntamente com a Líbia, de milhares de migrantes ilegais que atravessam o mar Mediterrâneo em direção à Europa.
Como contrapartida, a Tunísia vai receber um apoio de 105 milhões de euros da UE para combater a imigração ilegal, tendo a Comissão Europeia anunciado esta semana que 42 dos 105 milhões de euros seriam "rapidamente alocados".
A parceria suscitou críticas, nomeadamente das Organizações Não Governamentais (ONG), que denunciam o autoritarismo do presidente Saied e os abusos de que são vítimas os migrantes subsarianos naquele país.
Em meados de setembro, a Tunísia proibiu a entrada no país de uma delegação do Parlamento Europeu para analisar o acordo e reunir-se com membros da sociedade civil, sindicalistas e representantes da oposição.
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