Migrações. Tunísia adia visita de delgação europeia "para negociações"

O presidente da Tunísia, Kais Saied, decidiu adiar a visita, prevista para esta semana, de uma delegação da Comissão Europeia ao país, para analisar os "pontos a negociar" do acordo alcançado em julho sobre a imigração, revelou um ministro.

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Lusa
30/09/2023 14:49 ‧ 30/09/2023 por Lusa

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Migrações

A Comissão Europeia propôs enviar "esta semana" uma delegação "para prosseguir as discussões sobre a aplicação do protocolo de entendimento" que prevê uma ajuda financeira à Tunísia para lutar contra a imigração clandestina.

Na segunda-feira, o presidente Kais Saied decidiu, no entanto, adiar a visita para data posterior, a combinar pelas duas partes, segundo um comunicado de imprensa da Presidência.

Kais Saied "pediu o adiamento para examinar os pontos a negociar no âmbito do acordo", indicou o ministro do Interior, Kamel Feki, num vídeo partilhado na página oficial do seu Ministério na sexta-feira à noite.

Negando a existência de "um desacordo" com a União Europeia (UE) sobre a matéria, Feki sublinhou que este "acordo preliminar (...) ainda não foi concretizado".

Já a Comissão Europeia disse estar a trabalhar com as autoridades tunisinas para encontrar "o melhor momento [para uma visita] para ambas as partes", sem especificar os motivos do adiamento.

Assinado em julho na capital da Tunísia, o acordo visa reduzir o número de migrantes que saem da costa tunisina, principal ponto de partida, juntamente com a Líbia, de milhares de migrantes ilegais que atravessam o mar Mediterrâneo em direção à Europa.

Como contrapartida, a Tunísia vai receber um apoio de 105 milhões de euros da UE para combater a imigração ilegal, tendo a Comissão Europeia anunciado esta semana que 42 dos 105 milhões de euros seriam "rapidamente alocados".

A parceria suscitou críticas, nomeadamente das Organizações Não Governamentais (ONG), que denunciam o autoritarismo do presidente Saied e os abusos de que são vítimas os migrantes subsarianos naquele país.

Em meados de setembro, a Tunísia proibiu a entrada no país de uma delegação do Parlamento Europeu para analisar o acordo e reunir-se com membros da sociedade civil, sindicalistas e representantes da oposição.

Leia Também: Pacto migratório após eleições de 2024 seria "suicida para a Europa"

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