Sanaa Salameh foi colocada em prisão preventiva até 03 de junho sob acusações de "provocação e simpatia por organizações terroristas" após ter sido detida quinta-feira, disse o advogado, Fadi Bransi.
Sanaa Salameh é viúva de Walid Daqqa, um ativista e escritor palestiniano membro da minoria árabe israelita, que passou quase 38 anos na prisão em Israel sob acusações de sequestro e assassínio de um soldado israelita, antes de morrer, em abril de 2024.
As autoridades israelitas ainda mantêm o seu corpo sob custódia.
Sanaa Salameh foi presa depois de o ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben Gvir, ter solicitado oficialmente em 19 de maio ao congénere do Interior, Moshe Arbel, que a expulsasse com base numa lei que prevê essa medida para as famílias de supostos "terroristas".
Nesse pedido, Ben Gvir afirmou que o procurador-geral concordou em investigar Sanaa Salameh com base em publicações nas redes sociais nas quais era acusada de "provocação e simpatia por organizações terroristas".
A polícia israelita anunciou na quinta-feira a detenção de Sanaa Salameh em Jerusalém, acusando-a de publicar «declarações consideradas como incitamento» à violência «contra o Estado de Israel e os soldados» israelitas.
Fadi Bransi afirmou que o gabinete do procurador-geral "não apresentou provas tangíveis para sustentar as suas acusações".
Bransi descreveu o processo contra a sua cliente como uma "perseguição política", afirmando que tais factos não são «novos» e que toda a família tem sido perseguida "desde o dia em que Walid Daqqa foi preso" em 1986.
Segundo o advogado, as autoridades israelitas equiparam "qualquer pedido de Sanaa ou de outros familiares para restituir o corpo [de Daqqa] para o enterrar a um ato terrorista".
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