Dezenas de milhões de crianças sem escola devido a guerras e a catástrofes
Os conflitos armados e as catástrofes naturais impedem dezenas de milhões de crianças de frequentar a escola, alertou hoje o Comité Internacional de Resgate (IRC, sigla em inglês).
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Mundo IRC
Em comunicado, o IRC referiu estimativas de que 224 milhões de crianças em idade escolar são afetadas por conflitos e crises em todo o mundo.
"Cerca de 72 milhões são forçadas a abandonar a escola devido a conflitos novos e existentes e ao número crescente de catástrofes relacionadas com o clima em todo o mundo", disse, citado pela agência espanhola EFE.
O IRC apelou para a que a comunidade internacional dê mais atenção às crianças em países como a Síria, a Nigéria, a Colômbia e o Sudão.
Referiu que tem em curso programas de apoio que chegaram "a mais de 1,7 milhões de crianças e cuidadores no Iraque, Jordânia, Líbano e Síria" através de serviços diretos ou de parceiros da sociedade civil e governamentais.
Presidida pelo antigo chefe da diplomacia britânica David Miliband (2007-2010) e com sede nos Estados Unidos, o IRC foi fundado a pedido do cientista alemão Albert Einstein em 1933, como assinala no respetivo 'site'.
O alerta do IRC foi divulgado "no momento em que milhões de crianças regressam à escola nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Europa".
Em 2022, a Coligação Global para Proteger a Educação (GCPEA, sigla inglesa) identificou mais de três mil ataques à educação, mais 17 por cento do que no ano anterior.
"Quase um terço de todos os ataques ocorreu em apenas três países: Ucrânia, Myanmar [antiga Birmânia] e Burkina Faso, sendo a guerra na Ucrânia responsável pela maioria", disse a CGPEA.
Em relação a vítimas, de acordo com a mesma fonte, "mais de 6.700 estudantes e educadores foram alegadamente mortos, feridos, raptados, presos ou de outra forma prejudicados por ataques à educação em 2022, um aumento de 20% em relação a 2021".
Os dados foram revelados num comunicado distribuído pela Human Rights Watch (HRW) a propósito do quarto Dia Internacional das Nações Unidas para Proteger a Educação contra Ataques, que é assinalado no sábado, 09 de setembro.
O dia internacional "serve para recordar que as escolas nem sempre são os refúgios seguros que deveriam ser, mas que, pelo contrário, são frequentemente locais de violência e terror extremos", afirmou a diretora executiva da GCPEA, Diya Nijhowne.
"O aumento angustiante dos ataques no ano passado sublinha a necessidade urgente de as forças armadas e os grupos armados não estatais salvaguardarem a educação, nomeadamente evitando a utilização de armas de fogo exteriores às escolas", acrescentou.
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