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Mais chegadas à Grécia leva a "lacunas significativas" no acesso à saúde

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras denunciou esta segunda-feira um aumento de chegadas de barco às ilhas gregas de Lesbos e Samos, que resulta em "lacunas muito significativas" no acesso dos requerentes de asilo a cuidados de saúde essenciais.

Mais chegadas à Grécia leva a "lacunas significativas" no acesso à saúde
Notícias ao Minuto

06:47 - 05/09/23 por Lusa

Mundo MSF

De acordo com dados divulgados pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), mais de 1.300 pessoas chegaram por barco a Lesbos em julho, enquanto desde o início de agosto registaram-se mais de 1.000 chegadas a Samos.

Em Lesbos, só em julho, as equipas da MSF na ilha deram "resposta a pedidos de emergência médica e assistiram 1.031 pessoas recém-chegadas, das quais 26 por cento eram crianças".

Esta organização não-governamental (ONG) divulgou também que registou um aumento acentuado nas visitas a clínicas da MSF em 2023, com "um acréscimo claro desde abril".

"Devido ao elevado número de chegadas à ilha, especialmente durante os meses de verão, a população atual em Mavrovouni CCAC [campo de receção de requerentes de asilo em Lesbos] atingiu quase 3.000 pessoas, excedendo a capacidade do campo", alertou a MSF na nota de imprensa.

Para além das condições de sobrelotação, a população atual do campo enfrenta um atraso no processo de registo e quase 1.000 pessoas não conseguiram ser registadas, realçou ainda.

A MSF destacou que os atrasos no processo de registo no campo de migrantes "dificultam o acesso das pessoas ao apoio médico em tempo útil e obrigam os pacientes a procurar apoio fora".

"Um paciente com problema cardíaco crónico e histórico de ataque cardíaco que perdeu a medicação durante a viagem não foi registado no acampamento por aproximadamente quatro semanas e não conseguiu ter acesso ao suporte necessário, conforme identificado pelas equipes médicas de MSF. Além disso, as solicitações de urgência em nome do paciente por parte dos médicos de MSF foram confrontadas com a falta de acompanhamento e compromisso", relatou esta ONG.

Nihal Osman, coordenador do projeto de MSF em Lesbos, frisou que "os pacientes chegam à clínica da MSF para cuidados de saúde primários, problemas crónicos e doenças infecciosas", denunciando que "casos como hepatite e VIH não são acompanhados adequadamente e não são encaminhados para serviços relevantes para acesso ao tratamento".

"Estas lacunas tendem a tornar-se ainda mais extensas com o aumento do fluxo de chegadas a Lesbos e de pessoas apoiadas pela MSF durante as intervenções de assistência médica de emergência, que atingiram o pico de 1.031 pessoas apoiadas no único mês de julho", sublinhou.

A ONG divulgou também que perante "um sistema de acolhimento cada vez mais disfuncional e à ausência de prestação de cuidados de saúde básicos aos requerentes de asilo na ilha de Lesbos", decidiu "cobrir temporariamente as necessidades dos pacientes, ampliando os serviços médicos prestados na clínica de MSF, adicionando um Centro de Cuidados de Saúde Primários (APS), para os meses de agosto e setembro".

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