"Consideramos qualquer forma de associação a essa iniciativa um ataque à integridade territorial da Federação Russa. Mantemos o direito de responder a ações hostis", advertiu a embaixada russa na rede social Facebook.
A embaixada da Rússia sustenta que a Crimeia e a cidade de Sebastopol foram anexadas à Rússia em conformidade com o Direito Internacional - "primeiro que tudo, o direito do povo à autodeterminação" - e que essa decisão é "definitiva e irrevogável".
Dois dos três copresidentes da Bósnia, o muçulmano bósnio Denis Becirovic e o bósnio-croata Zeljko Komsic, efetuaram uma visita à Ucrânia esta semana pela primeira vez desde o início da guerra russa, há um ano e meio.
Na Presidência colegial bósnia, não houve consenso sobre a visita, à qual não se juntou a copresidente sérvio-bósnia Zeljka Cvijanovic, colaboradora próxima do líder sérvio-bósnio Milorad Dodik, um político nacionalista e pró-Rússia que mantém contactos regulares com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Na Bósnia-Herzegovina, um país de profundas divisões entre as duas entidades que o formam -- a sérvia e a de muçulmanos e croatas -- e os três povos que o compõem, não há uma posição comum sobre a agressão da Rússia à Ucrânia.
A embaixada russa também classificou como "uma encenação" a visita dos dois representantes da Presidência bósnia à cidade de Bucha para prestar homenagem às vítimas do massacre de civis ucranianos de março de 2022, depois de iniciada a invasão russa.
O comunicado indica que as imagens do massacre em Bucha foram "encenadas desavergonhadamente pelas autoridades de Kyiv, com o apoio dos anglo-saxónicos" e "aconselha" os políticos bósnios a visita no Donbass (leste da Ucrânia) um monumento a "centenas de crianças assassinadas às mãos dos neonazis ucranianos".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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