Em comunicado, a comissão, liderada por um procurador-geral escolhido na semana passada pelo líder do exército e presidente do Conselho Soberano, Abdel Fattah al-Burhan -- mas cuja identidade não foi divulgada -- tem como alvo o general Mohamed Hamdam Dagalo, conhecido por "Hemedti".
A lista inclui 46 nomes que são agora "procurados pela justiça", numa altura em que se intensificam os combates que já entraram no quinto mês de conflito e que opõem o exército ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
A comissão pede aos "procurados" que se entreguem ao Ministério Público no prazo de uma semana: "Peço que se entreguem na esquadra de polícia mais próxima num prazo não superior a uma semana a contar da data de publicação deste anúncio. Peço também a colaboração das pessoas para a detenção dos arguidos", lê-se na nota.
A entidade iniciou oficialmente o seu trabalho há mais de uma semana, abrindo processos que acusam as RSF de terem cometido "crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio".
Na quinta-feira, os relatores da ONU apelaram ao fim do recurso "generalizado" à violação e a outras formas de violência sexual contra as mulheres no Sudão por parte das RSF, na sequência de numerosas alegações e relatórios que documentam tais atos.
O Governo sudanês congratulou-se com esta denúncia da ONU, enquanto as RSF ainda não reagiram a esta informação.
Desde 15 de abril, as duas partes estão envolvidas num dos piores conflitos da história recente do Sudão, que causou entre 1.000 e 3.000 mortos, segundo diferentes estimativas, e obrigou mais de 4,5 milhões de pessoas a deslocarem-se para dentro e para fora do país.
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