Cerca de 78% dos enfermeiros serve 49% da população mundial

Cerca de 78% dos enfermeiros do mundo encontram-se em países com apenas 49% da população mundial, indica um relatório divulgado hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), salientando que as desigualdades afetam os cuidados de saúde.

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Lusa
12/05/2025 18:00 ‧ há 5 horas por Lusa

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Relatório

O relatório sobre a "Situação Mundial da Enfermagem 2025", divulgado no Dia Internacional dos Enfermeiros, indica que as desigualdades não só persistem como se agravaram nos últimos anos, existindo entre e dentro das regiões e países, devendo ser tratadas com urgência para que se possam atingir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), das Nações Unidas.

 

Existe "um padrão de desigualdade evidente" ao nível da distribuição dos enfermeiros, da educação, dos salários e condições de trabalho, apelando a OMS aos decisores políticos, empregadores, reguladores e gestores de serviços de saúde para tomarem medidas utilizando os dados do relatório, que atualiza e expande a edição de 2020, contando com informação de 194 países.

Em 2023, existiam 29,8 milhões de enfermeiros em todo o mundo e registava-se "uma escassez de 5,8 milhões", os países de rendimento elevado com 17% da população mundial contam com 46% destes profissionais.

A densidade de enfermeiros a nível global era de 37,1 enfermeiros por 10 000 pessoas, mas na Região Europeia da OMS a densidade é cinco vezes superior à das regiões de África e do Mediterrâneo Oriental e os enfermeiros nos países de rendimento elevado são dez vezes mais do que os dos países de rendimento baixo.

"Estas estatísticas indicam que grande parte da população mundial tem bastante menos acesso a enfermeiros para serviços como os cuidados maternos e infantis, o acompanhamento de doenças crónicas e a resposta a ameaças e situações de emergência ao nível da saúde pública", indica o relatório.

Refere ainda que "a força de trabalho global de enfermagem é cada vez mais profissional" (80%) e trabalha predominantemente no setor público (70%), sendo composta por 85% de mulheres.

O estudo aponta ainda algumas "prioridades políticas" para fortalecer a enfermagem e "alcançar a cobertura universal de saúde e outros ODS relacionados com a saúde", assinalando que "os próximos cinco anos são a última oportunidade para o fazer".

Recomenda assim que se tenha em conta o mercado do trabalho em saúde para planear e prever os recursos de enfermagem.

O documento precisa que em muitos países de rendimento médio e baixo o planeamento deve centrar-se no aumento dos enfermeiros graduados e na melhoria das condições de trabalho para reduzir a emigração excessiva e ter em conta o crescimento populacional e do mercado de trabalho.

No caso dos países europeus e de rendimento elevado, o foco deve ser a formação de mais profissionais e a sua retenção para compensar as perdas devido às reformas e diminuir a dependência do recrutamento internacional.

Ao nível do recrutamento, a OMS pede atenção às necessidades locais e ao combate às desigualdades, bem como que seja promovido o seu Código Global de Práticas sobre o Recrutamento Internacional do Pessoal de Saúde e reforçada a adesão ao mesmo.

Recomendado é igualmente que o nível de educação dos enfermeiros corresponda a funções de maior responsabilidade na saúde e na educação, que esta se baseie na coordenação entre academia, reguladores e unidades de saúde, bem como que os programas de ensino tenham em conta as necessidades de saúde da população.

"Investir na educação, no emprego, na prestação de serviços e na liderança dos enfermeiros irá estimular o crescimento económico", defende a OMS, que na sua Assembleia Geral na próxima semana poderá decidir as orientações estratégicas para a enfermagem para o período 2026-2030.

Leia Também: Fundo Pandémico da OMS tem mais de 440 ME disponíveis para Angola

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