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Sobreviventes do Havai: Da grávida à mulher que viu a casa da mãe arder

Alguns habitantes conseguiram escapar às chamas que deixaram um rasto de destruição na ilha de Maui. São histórias de sobreviventes que viram muita destruição.

Sobreviventes do Havai: Da grávida à mulher que viu a casa da mãe arder
Notícias ao Minuto

10:55 - 18/08/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Havai

Foi há dez dias que as chamas deflagraram na ilha de Maui, no estado norte-americano do Havai, e têm vindo a devastar a área. O balanço mais recente, conhecido esta sexta-feira, dá conta de 111 mortes.

Ainda que o número de vítimas mortais esteja previsto aumentar, há histórias de sobreviventes a esta tragédia.

Vários residentes de Lahaina, uma das áreas mais afetadas pelos incêndios, contaram à CBS as histórias de como conseguiram escapar às chamas.

Tanto os residentes como turistas foram surpreendidos pelas chamas, uma vez que as sirenes de alerta permaneceram em silêncio. Na sequência das críticas no âmbito desta situação, o chefe dos serviços de emergência da ilha demitiu-se, na quinta-feira.

Estes foram os incêndios mais mortíferos dos Estados Unidos nos últimos 100 anos. 

A turista que se escondeu na piscina do hotel

Kristina Lee-Garrido e uma amiga passavam férias num hotel quando a parte da frente do estabelecimento começou a arder. Ambas decidiram fugir para a parte de trás do estância, onde estava a piscina. 

“Não víamos vivalma. Havia fumo escuro e grosso, então percebemos que tínhamos de ir para a piscina. Não havia outra opção”, contou à CBS News.

As mulheres ligaram para os serviços de emergência, que só conseguiram resgatá-las depois de, pelo menos, duas horas e meia. Ao telefone, explicaram-lhes: “Estão no lugar mais seguro por agora. Não saiam daí”. As mulheres gravaram um vídeo do momento, que pode ver abaixo:

A filha que viu a casa da mãe em chamas

Katheleen Cardenas-Haro contou que ela, o marido e os dois filhos abandonaram a sua casa depois de verem os incêndios a "destruírem uma casa de cada vez e a espalhar-se pela vizinhança". 

A mulher não conseguiu entrar em contacto com os seus irmãos nem com a mãe, devido aos problemas de rede. Enquanto tentava escapar, acabou por passar por um viaduto, onde conseguiu ver que a casa da mãe estava a arder.

Apesar de a mãe ter sobrevivido, Katheleen Cardenas-Haro questiona a razão pela qual as sirenes não foram ativadas. "Deviam ter sido ativadas, porque mesmo que não haja um tsunami, as pessoas teriam sabido que se passava algo, vinham ao exterior e viam as chamas [...]. Muitas pessoas não conseguiram cheirar o fumo, outras estavam a dormir", disse à CBS News, acrescentando que houve muitas "mortes desnecessárias".

A grávida que estava reticente em ir

À CBS News, um casal prestes a dar as boas vindas ao primeiro bebé contou como ficou reticente em abandonar a casa. "Fui bastante inflexível sobre não ir, honestamente", explicou a mulher, grávida de oito meses. "Pensei: 'Esta é a nossa casa, aqui é onde construímos nossa casa e nosso berçário.' Estava tudo lá Se não fosse o Kevin [companheiro], provavelmente não teríamos ido embora", atirou Tasha Anderson.

Kevin Campbell contou que só se apercebeu que era hora de ir quando estava a conduzir a sua scooter e viu as chamas. Ao voltar para casa, decidiu que estava na hora de deixar tudo para trás. "Tentei que algumas pessoas viessem connosco nos carros. Não levámos nada 'extra'. Senti que não íamos sair rápido o suficiente", atirou.

O hotel onde chegou a haver comida apenas para as crianças

Kawena Kahula contou à CBS  que dirigiu em direção a  Lahaina "de forma cega" para procurar o filho. Ao parar no trânsito, "com medo e em pânico", ouviu um homem avisar outro que se continuassem em frente "não iria sair de lá vivo". 

Ela decidiu regressar ao hotel onde trabalhava como gerente, que não tinha ardido. "Havia muitos funcionários emotivos. Muitas histórias tristes. E os membros da minha equipa voltaram ao trabalho, que cheirava a fogo, a cinzas, diziam-me: 'Não tenho mais nada, exceto esta camisa. Posso ficar aqui?'", contou.

Funcionários e turistas ficaram no hotel durante vários dias, tendo a situação chegado a "um ponto em que só podíamos dar comida às crianças".

A gerente referiu que fizeram "de tudo" pelas pessoas no hotel, mas corrobora a ideia de que algo devia ter sido feito "mais cedo".


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