Segundo aquela agência de informação francesa, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança da ONU, o representante permanente da Arménia junto das Nações Unidas, Mher Margaryan, alerta para uma "grave escassez" de alimentos, medicamentos e combustível na região, maioritariamente povoada por arménios.
O corredor de Latine é a única ligação terrestre entre a Arménia e Karabakh e está blocado desde dezembro de 2023, primeiro por azerbaijaneses que alegavam ser manifestantes ambientalistas e depois pelas autoridades do Azerbaijão, que bloquearam a entrada do enclave alegando razões de segurança.
Na missiva, cita a AFP, Mher Margaryan alertou ainda para as consequências dos cortes no fornecimento de eletricidade e gás naquele enclave disputado há décadas entre Baku e Erevan.
"Esta situação conduziu a um aumento da mortalidade devido a um certo número de doenças", nomeadamente para os habitantes que sofrem de diabetes e de doenças cardiovasculares, referiu.
Segundo aquele alto representante da Arménia, "a população do Nagorno-Karabakh está agora à beira de uma verdadeira catástrofe humanitária".
Mher Margaryan acusou ainda o Azerbaijão de "criar deliberadamente condições de vida insuportáveis para a população" do enclave, o que considerou ser um "ato de atrocidade em massa" destinado a obrigar os habitantes a abandonar as suas casas.
Aqueles dois países do Cáucaso disputam o território de Nagorno-Karabakh desde o final dos anos 80, tendo já havido duas guerras, a última das quais, em 2020, que terminou com a derrota das forças arménias e importantes ganhos territoriais para o Azerbaijão.
Este território montanhoso é predominantemente habitado por arménios, mas é reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão.
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