Seis pessoas morreram em consequência da intervenção do exército em atos de repressão de protestos após as disputadas eleições de 2018.
"Posso garantir-vos que, se tal situação surgisse, provavelmente não veriam um recurso rápido ao exército", disse o porta-voz do Zanu-PF, Christopher Mutsvangwa, num debate pré-eleitoral em Joanesburgo.
Mutsvangwa justificou a intervenção do exército em 2018 com a falta de formação por parte da polícia.
"Estamos a aprender com os nossos erros", reconheceu, num encontro organizado pelo grupo de reflexão londrino Chatham House.
Os zimbabueanos vão às urnas em 23 de agosto para eleger o Presidente e os membros do parlamento.
Na quarta-feira, o Presidente cessante, Emmerson Mnangagwa, disse a uma multidão de mais de 150.000 apoiantes reunidos na capital que estariam "perdidos se Harare não votar no Zanu-PF" em 23 de agosto.
Mnangagwa, de 80 anos, procura um segundo mandato como chefe de Estado e, em 23 de agosto, enfrentará outro candidato presidencial, Nelson Chamisa, um advogado e pastor de 45 anos que lidera o maior partido da oposição do país, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC, na sigla em inglês).
No mesmo dia, os zimbabueanos votarão também para eleger o parlamento, num contexto tenso em que a oposição denuncia há meses a crescente repressão num país governado pelo mesmo partido desde a sua independência em 1980.
O país da África Austral, sem saída para o mar, assolado pela pobreza, por uma inflação elevada e por uma taxa de desemprego também elevada, debate-se com dificuldades económicas, e as suspeitas de irregularidades eleitorais são frequentes.
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