"Acabei de enviar uma carta ao Presidente Biden e reconheço-o por duas decisões que tomou", disse o presidente mexicano, durante a sua conferência de imprensa matinal.
Uma dessas medidas, segundo López Obrador, foi a de abrir um caminho legal para migrantes, "porque não existia", referindo-se ao formulário CBP One que permite aos cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela pedirem asilo.
"Agora, os migrantes de países irmãos podem realizar um trâmite para chegar aos Estados Unidos por via legal, o que não existia, tinham apenas a possibilidade de meterem-se a caminho e correr todo o tipo de riscos para chegar ao país", explicou.
A segunda decisão é a de ser o único presidente dos EUA "em décadas" que não construiu um muro para conter a entrada de migrantes.
"E muito menos agiu como o governador do Texas [o republicano Greg Abbott], que colocou boias e arames farpados" no rio Grande, frisou, classificando a ação como "desumana e violadora dos direitos humanos".
No entanto, lembrou que mesmo existindo um caminho legal para chegar ao território norte-americano, falta um plano para combater a pobreza no continente americano, uma vez que a migração "não é por gosto, é por necessidade".
Nesse sentido, disse ser uma "obrigação moral" que os países com mais possibilidades económicas ajudem os países mais pobres para controlar o fluxo migratório.
O continente americano vive atualmente um fluxo migratório inédito, com mais de 2,76 milhões de migrantes sem documentos intercetados em 2022 pelos Estados Unidos na fronteira com o México.
Por sua vez, o México registou um aumento anual de mais de 43% no número de "pessoas em situação irregular" no país no ano passado, com as autoridades a detetarem 444.439 migrantes.
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