"O Mar Negro está encerrado para as exportações ucranianas. A Ucrânia e o mundo estão, mais uma vez, à beira de uma crise alimentar global e a liderança polaca diz que também encerrará as suas fronteiras aos cereais ucranianos", declarou a vice-primeira-ministra ucraniana, Olga Stefanishina, na rede social Twitter.
A representante do Governo ucraniano acusou o Governo polaco de manter esta decisão por motivos eleitorais, uma vez que a Polónia deverá realizar eleições gerais no final deste ano.
"Democracia é quando o governo age como poder executivo, não como quartel-general de campanha", afirmou Stefanishina, pedindo aos parceiros da Ucrânia que apoiem as exportações do seu setor agrícola, permitindo o acesso sem restrições dos seus produtos na União Europeia.
#BlackSea is blocked for 🇺🇦export. Ukraine & the world are once again on the brink of a global food crisis. And Polish officials say that 🇪🇺 borders will also be closed to 🇺🇦grain. Democracy it’s when the Government acts as an executive branch, not as a campaign headquarter.
— Olga Stefanishyna (@StefanishynaO) July 20, 2023
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A Polónia foi, desde o início da invasão russa, um dos países que mais ajudou a Ucrânia militar e politicamente. A controvérsia em torno das exportações agrícolas ucranianas tem sido uma fonte recorrente de tensão entre os dois aliados nos últimos meses.
A vice-primeira-ministra ucraniana também pediu "um mecanismo de compensação para os agricultores ucranianos que continuam a trabalhar nos seus campos e a arriscar as suas vidas".
O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, fez declarações semelhantes, classificando a posição polaca de "hostil e populista" e pediu à Comissão Europeia que garanta o livre acesso dos produtos agrícolas ucranianos ao seu mercado comum.
Polónia, Roménia, Hungria, Bulgária e Eslováquia opõem-se à entrada de produtos agrícolas ucranianos devido aos efeitos negativos que sentiram neste setor.
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