Num comentário invulgar e direto sobre a política interna de um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos, Biden disse a um colunista do jornal New York Times que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deveria agir com cautela.
"Este é obviamente um assunto sobre o qual os israelitas têm opiniões fortes, em particular neste tenaz movimento de manifestações, demonstrando o dinamismo da democracia em Israel e que deve permanecer no centro do nosso relacionamento bilateral", afirmou o chefe da Casa Branca, citado em editorial assinado pelo jornalista e colunista Thomas Friedman.
"Encontrar um consenso sobre assuntos politicamente polémicos requer o tempo necessário e, para mudanças significativas, isso é crucial. A minha recomendação aos líderes de Israel é, portanto, não apressar [a reforma]", afirmou Joe Biden, acrescentando que o melhor resultado "é continuar a tentar o consenso mais amplo possível".
Estes comentários, segundo a agência Associated Press, constituem um raro exemplo de declarações do líder democrata a um órgão de comunicação, mas parecem cuidadosamente direcionados, dada a audiência apreciada por Thomas Friedman nos círculos diplomáticos e particularmente àqueles ligados às relações entre Estados Unidos e Israel.
A reforma do sistema judiciário defendida pelo governo, um dos mais à direita da história do país, visa aumentar o poder dos titulares eleitos sobre os magistrados.
O movimento de protesto contra a reforma reúne dezenas de milhares de pessoas nas ruas todas as semanas desde janeiro em Israel.
O presidente israelita, Isaac Herzog, que desempenha um papel amplamente cerimonial, mas é visto como uma figura mais consensual do que Benjamin Netanyahu, encontrou-se com Joe Biden em Washington na terça-feira e deve discursar hoje no Congresso os Estados.
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