O porta-voz do partido para a Igualdade e Democracia Popular (DEM), Aysegul Dogan, classificou a decisão do PKK como histórica, de acordo com o canal de televisão curdo Rudaw, e considerou que "uma era está a chegar ao fim, à medida que a porta se abre para uma era nova e mais esperançosa".
Dogan indicou que o DEM, que serviu de mediador entre o movimento curdo e as autoridades turcas nos últimos meses, apresentará um roteiro para as próximas etapas do processo de paz, num congresso extraordinário após o anúncio do PKK.
Os comentários do DEM surgiram horas depois de o PKK ter anunciado que o seu congresso, realizado na semana passada, "decidiu dissolver a estrutura organizacional e terminar a luta armada", num processo a ser liderado pelo seu líder, Abdullah Ocalan, que se se encontra preso.
"Nesse sentido, a missão histórica do PKK foi concluída", declarou o PKK, acrescentando que esta decisão "representa uma base sólida para uma paz permanente e uma solução permanente".
O partido curdo exortou ainda o parlamento turco a "fazer a sua parte, com uma responsabilidade histórica", o que inclui a libertação de Ocalan para que possa "liderar e dirigir este processo".
O Governo turco e o PKK iniciaram conversações de paz em 2013, mas fracassaram em 2015 e foram seguidas por uma vaga de conflitos nas regiões de maioria curda do sudeste e leste do país.
Embora o PKK tenha defendido a criação de um estado independente, defende agora uma maior autonomia nas áreas de maioria curda no que é considerado o Curdistão histórico, que se estende também a partes da Síria, Iraque e Irão.
O PKK, uma organização separatista curda, é classificado como terrorista pela Turquia, bem como pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Reino Unido.
Abdullah Ocalan, fundador do PKK e detido durante 25 anos na ilha-prisão turca de Imrali, foi preso em 1999 durante uma operação levada a cabo pelas forças de segurança turcas no Quénia, após anos de fuga, e condenado à morte.
Escapou da pena capital (enforcamento) quando a Turquia aboliu a pena de morte em 2004 e desde então cumpre pena de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
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