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Dia Nacional de França assinalado com desfile militar (sem incidentes)

O tradicional desfile militar do Dia Nacional de França decorreu hoje sem incidentes em Paris, na presença do Presidente francês, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, convidado de honra das cerimónias, perante um dispositivo de segurança reforçado.

Dia Nacional de França assinalado com desfile militar (sem incidentes)
Notícias ao Minuto

17:26 - 14/07/23 por Lusa

Mundo França

Um dispositivo excecional de 45 mil polícias e 'gendarmes' (guardas militarizados) foi mobilizado em todo o país. Várias cidades cancelaram as festividades e proibiram a venda de engenhos pirotécnicos e fogos-de-artifício para evitar novos episódios de violência.

No final de junho, várias noites consecutivas de tumultos urbanos incendiaram o país, causando estragos avultados, após a morte de um adolescente, morto a tiro por um agente policial durante uma fiscalização de trânsito, da qual fugiu por não ter habilitação para conduzir.

Em Paris, as festividades do 14 de julho, data da tomada da da Bastilha no início da Revolução Francesa em 1789, começaram como todos os anos com um desfile militar na avenida dos Campos Elísios, no centro da capital.

Antes do desfile, o Eliseu (Presidência francesa) anunciou que Emmanuel Macron tinha concedido ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a Grã-Cruz da Legião de Honra, a mais alta distinção de França, para "saudar o papel do primeiro-ministro na excelente relação de amizade e confiança" que une os dois países.

Paris e Nova Deli celebram este ano o 25.º aniversário da sua parceria estratégica, que a França pretende fortalecer para a sua posição na região da Ásia-Pacífico, embora a Índia seja acusada por organizações de direitos humanos de uma deriva autoritária.

A esquerda francesa criticou esta visita, que "põe as atenções sobre um autocrata fascista", segundo frisou o líder dos socialistas, Olivier Faure.

O líder da França Insubmissa (esquerda radical), Jean-Luc Mélenchon, denunciou, por sua vez, que se trata de uma parceria entre dois líderes "marcados pela violência autoritária".

Desde que o partido de Modi chegou ao poder em 2014, a Índia "continua a regredir na sua luta contra a pobreza, contra a desigualdade, bem como em termos de direitos humanos e liberdades fundamentais", comentaram, por seu lado, os ambientalistas.

Antecedendo o desfile, o chefe de Estado francês desceu os Campos Elísios a bordo de um veículo militar perante uma multidão compacta, recebendo aplausos, mas também algumas vaias.

Após a passagem dos nove Alphajets da Força Aérea francesa, que coloriram o céu parisiense com as cores nacionais (azul, branco e vermelho), o desfile a pé foi aberto por 240 membros das Forças Armadas indianas, alguns usando turbantes.

No total, o desfile deste ano reuniu 6.500 participantes, sendo 5.100 a pé, mais de 60 aviões, alguns dos quais estrangeiros, 28 helicópteros, 157 viaturas e 62 motos, acompanhados por 200 cavalos da Guarda Republicana, uma divisão inserida na Gendarmerie.

Antes de incorporarem a ajuda militar francesa à Ucrânia, país invadido pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022 e que conta com forte apoio financeiro e militar ocidental, armas Caesar e veículos blindados AMX10-RC também desfilaram diante dos parisienses.

Esta manifestação do poder militar francês pretendeu também concretizar o aumento do orçamento das Forças Armadas, tendo o parlamento aprovado definitivamente na quinta-feira uma nova Lei de Programação Militar (LPM) com uma dotação de 413 mil milhões de euros até 2030, mais 40% face ao anterior.

A presença em Paris do primeiro-ministro indiano será uma oportunidade para discutir as condições de compra de 26 novos Dassault Aviation Rafales na versão naval para um porta-aviões indiano, bem como de três submarinos, aquisição à qual Nova Deli deu o seu aval de princípio na quinta-feira.

Os dois países também anunciaram vários acordos de cooperação no campo espacial, incluindo o estabelecimento de um sistema conjunto de vigilância marítima por satélite e o início da construção do satélite infravermelho termal franco-indiano TRISHNA.

Macron e Modi têm no programa de hoje uma declaração conjunta no Palácio do Eliseu e um jantar oficial no Museu do Louvre.

As festividades do 14 de julho em Paris terminarão na noite de hoje com um espetáculos e fogos-de-artifício (cujo acesso foi apenas permitido a profissionais e com autorizações oficiais) perto da Torre Eiffel, sob vigilância de cerca de 10 mil membros da polícia.

O dispositivo excecional para as festividades foi acionado desde a noite passada.

Segundo o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, a noite de quinta-feira para hoje foi "relativamente calma" no geral, tendo em conta que em anos anteriores a véspera do feriado nacional é frequentemente pontuada por incidentes, como carros queimados.

Leia Também: Governo felicita França, "país amigo, que é 'casa' de tantos portugueses"

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