"Ele foi solto por simulação de delitos, o facto de imaginar um delito e fabricar provas para um delito que não existe", disse à agência de notícias francesa AFP, Kassoum Tapo, advogado de Mohamed Youssouf Bathily. "Ras Bath", como é conhecido, é ativista e animador com muitos apoiantes.
"Mas o processo perante o juiz de instrução continua pelos mesmos factos, porque também tinha sido indiciado por associação criminosa, atentado à credibilidade do Estado e crime de natureza religiosa e racista", acrescentou.
Bathily estava a ser julgado por ter declarado em março que o ex-primeiro-ministro Soumeylou Boubèye Maïga "não foi morto, ele foi assassinado, esse é o termo certo".
Por esta declaração, foi então acusado e preso em 13 de março.
Boubèye Maïga, um peso pesado da política nacional, morreu na prisão em março de 2022, apesar dos apelos urgentes dos seus parentes à junta militar no poder no Mali para que permitisse a sua retirada para o exterior, devido à deterioração do seu estado de saúde.
Entre 2017 e 2019, foi primeiro-ministro do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, deposto em agosto de 2020 por coronéis ainda hoje no poder no Mali.
"Estamos à espera do novo juiz de instrução, porque o anterior foi transferido, depois vamos trabalhar muito rapidamente para pedir a libertação e apresentar um pedido de arquivamento do processo", precisou o seu advogado.
A defesa recorrer da decisão, disse um dos seus membros à AFP.
Vozes discordantes lutam para serem ouvidas sem se preocuparem com o risco que correm sob o regime dos militares no poder desde 2020no Mali, um país do Sahel que enfrenta uma onda de violência, incluindo ataques terroristas.
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