Viatina-19 FIV Mara Móveis tem quatro anos e é considerada a vaca mais valiosa do mundo. Está avaliada em 21 milhões de reais (quase quatro milhões de euros).
O animal, que nasceu em Nova Iguaçu de Goiás, no Brasil, tem até direito a uma rotina e proteções peculiares, que o G1 descreveu.
Viatina tem um local próprio para dormir, na Agropecuária Napemo, em Minas Gerais. No mesmo sítio, alimenta-se e faz também as necessidades. Segundo conta a imprensa, o local está sempre limpo, com uma equipa de limpeza 24 horas por dia.
Mas apesar do 'quarto privativo', o animal não fica isolado, dado que o sítio onde pernoita tem acesso a uma área externa - onde pode socializar, pastar e apanhar sol.
Segundo os responsáveis explicam ao G1, esse é mesmo um dos 'hobbies' do animal. Mas há também outros cuidados especiais, como, por exemplo, o banho com champô hipoalergénico - de forma a não gerar "irritações" e não alterar o pH da pele. Para além de ficar "limpinha e cheirosa", Viatina também recebe um óleo de girassol atrás das orelhas para quando vai a algum evento.
"Passamos um óleo de girassol nas orelhas dela quando é dia de apresentação, quando tem visita na fazenda, quando tem exposição. É para dar brilho e evidenciar a beleza do pavilhão auricular", referiu o veterinário, Cleiton Acelves Borges, acrescentando que "ela é encantadora. Conquista a gente todos os dias pela sua docilidade".
Há ainda segurança permanente, já que há câmaras a ver o animal. "Quando a gente tranca ela à noite, qualquer movimentação que abre a porta, ativa o alarme da fazenda", explica a criadora, Lorrany de Morais.
Mas por que razão é este animal tão valioso?
O médico conta ainda à publicação que não é só a sua aparência que faz dela especial. "Ela é um banco genético único, com grande capacidade de produção de carnes nobres. O volume de carcaça dela é impressionante", destacou.
"O seu valor está em seus óvulos – conhecidos como ovócitos pelo setor –, que são coletados para procedimentos de fertilização in vitro (em laboratório) que geram embriões para serem implantados em outras vacas", continuou a explicar.
Para perpetuar a genética valiosa, os responsáveis pelo animal fazem dez colheitas de óvulos por ano, um procedimento conhecido como "aspiração". De acordo com o que explicam ao G1, em cada sessão são recolhidos 80 óculos, levados para laboratório para serem fertilizados 'in vitro'.
Cada procedimento destes gerará dez gravidezes, 100 por ano. "Nesse processo, existe aborto, morte prematura. Chegamos a ter uma perda de 20% a 25% [dos bezerros]", explica o veterinário.
"A Viatina é um banco genético que permite produções com diferentes objetivos. Se você quiser produzir animais de pista, ela vai oferecer toda essa beleza racial. Se quiser produzir carne ao consumidor, ela vai oferecer toda a qualidade de carne nobre", explica Borges.
O processo já deu frutos, tendo algumas bezerras já ganho também alguns prémios.
Leia Também: Foca com anel de plástico no pescoço salva na Cornualha, no Reino Unido