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ONU pede nova "abordagem" internacional para resolver crise birmanesa

O relator especial da ONU para os direitos humanos em Myanmar, Tom Andrews, apelou hoje à comunidade internacional para que reveja a abordagem ineficaz com que tem lidado com a crise na antiga Birmânia.

ONU pede nova "abordagem" internacional para resolver crise birmanesa
Notícias ao Minuto

14:02 - 21/06/23 por Lusa

Mundo Birmânia

Desde o golpe que derrubou o governo democrático de Aung San Suu Kyi, em 2021, mais de 3.600 civis foram mortos pela junta militar no poder, de acordo com um grupo local que acompanha a crise.

Os dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), da qual Myanmar faz parte, não conseguiram resolver a crise.

Também não se registaram progressos na aplicação de um plano de paz de cinco pontos que a junta militar birmanesa aceitou há dois anos.

Andrews apelou para uma nova abordagem sob a liderança da ASEAN, cuja presidência rotativa é exercida atualmente pela Indonésia.

"Penso que esta crise em Myanmar atingiu um ponto de inflexão importante e que chegou o momento de a comunidade internacional rever a abordagem à crise", disse Andrews numa conferência de imprensa na capital indonésia, Jacarta.

Andrews considerou que a atual abordagem adotada pela comunidade internacional e pela ASEAN "simplesmente não está a funcionar".

"É imperativo mudar de rumo. Esta mudança exigirá visão e liderança, e creio que a Indonésia está bem posicionada para a fornecer", afirmou o relator especial da ONU, citado pela agência francesa AFP.

A ASEAN tem estado dividida quanto à questão birmanesa, com a Tailândia a defender conversações com a junta militar.

A Tailândia convidou o ministro dos Negócios Estrangeiros birmanês, Than Shwe, para uma reunião ministerial informal da ASEAN em Banguecoque, na segunda-feira.

A Indonésia e a Malásia, que estão entre os maiores críticos da junta no seio do bloco regional, boicotaram a reunião, e Singapura considerou ser prematuro retomar o diálogo com Myanmar.

A junta militar birmanesa tem sido excluída das reuniões de alto nível da ASEAN devido à recusa em aplicar o plano de paz proposto pela organização.

Os combates entre o exército e os grupos rebeldes em Myanmar provocam periodicamente a fuga de milhares de pessoas através da fronteira com a Tailândia.

De acordo com a ONU, mais de um milhão de pessoas foram deslocadas devido à violência e 16 mil foram presas desde que os militares assumiram o poder.

O golpe militar pôs fim a uma década de transição democrática e mergulhou o país numa espiral de violência e num estado de semi-anarquia.

Com cerca de 54 milhões de habitantes, a antiga Birmânia tornou-se independente do Reino Unido em 1948.

A última cimeira da ASEAN, realizada em maio, terminou sem quaisquer progressos significativos sobre a questão birmanesa.

Além de Myanmar, Indonésia, Tailândia, Malásia e Singapura, a ASEAN integra Brunei, Camboja, Filipinas, Laos e Vietname.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático foi fundada em 1967.

Leia Também: ONG de Myanmar acusa Junta Militar de prender 730 opositores em 6 meses

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