"Não faremos comentários até termos todas as informações disponíveis. Por isso, vamos ser cautelosos nesta matéria", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, numa entrevista à agência France-Presse (AFP) à margem de uma reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em Paris.
Na terça-feira, James Cleverly tinha falado de um "ato odioso" equivalente a um "crime de guerra" a propósito da destruição desta barragem no rio Dniepre, numa zona sob controlo russo, o que fez temer uma catástrofe humanitária e ecológica.
No mesmo dia, os Estados Unidos da América (EUA) afirmaram que ainda estavam a avaliar qual o país responsável pela explosão na barragem de Kakhovka pela qual Ucrânia e Rússia se acusam mutuamente.
Na mesma entrevista, o chefe da diplomacia britânica garantiu que Londres não se deixará intimidar pelas "fanfarronices" russas sobre o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia.
"Tomámos a decisão consciente de que a retórica da escalada ou a fanfarronice de [Presidente russo] Vladimir Putin ou do Kremlin não nos impedirão de fazer a coisa certa", disse o ministro.
"À medida que os ucranianos se aproximam do sucesso e da vitória, devemos esperar ainda mais proclamações estridentes, e mais regularmente, do Kremlin", acrescentou.
Na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de ter minado e feito explodir a barragem, bloqueando assim o caminho para uma contraofensiva ucraniana na parte sul do seu país.
O seu homólogo russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que se tratou de um "ato bárbaro" que devia ser imputado a Kiev.
As imagens de satélite partilhadas pela Maxar Technologies mostraram claramente a extensão das inundações nas zonas situadas nas margens do rio, de onde a população civil estava ainda a ser retirada pelas autoridades ucranianas e pelas forças de ocupação russas.
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