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Política luso-venezuelana questiona apoio técnico do CNE às primárias opositoras

A secretária-geral do partido verde trabalhista venezuelano "Causa R", Andrea Tavares, questionou hoje o pedido de apoio técnico ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) feito pela comissão que está a organizar as primárias da oposição.

Política luso-venezuelana questiona apoio técnico do CNE às primárias opositoras
Notícias ao Minuto

06:41 - 05/06/23 por Lusa

Mundo Venezuela

Andrea Tavares usou a rede social Twitter para condenar o pedido de apoio técnico ao CNE e instou a Comissão Nacional das Primárias (CNP) a proteger a identidade dos eleitores venezuelanos.

"Alertar e condenar a interferência do CNE nas primárias da oposição não é atacar a Comissão Nacional das Primárias, pelo contrário, é defendê-la e protegê-la do golpe que o regime quer dar", escreveu.

A luso-descendente, antiga dirigente do Pátria Para Todos, um dos partidos que apoiou a candidatura presidencial do falecido presidente socialista Hugo Chávez (presidiu o país entre 1999 e 2013), diz que "na oposição subscrevemos um regulamento, que deixa claro que o nosso principal compromisso é proteger a identidade dos eleitores, mas a contraproposta do CNE é o controlo total do processo, incluindo os cadernos eletrónicos, que não podem ser destruídos".

"Os que propõem violar este regulamento são os que têm pressionado a Comissão das Primárias e não os que defendem o respeito pelo acordo unitário assinado pelas partes", explica Andrea Tavares, que em 2008 foi candidata a presidente da Câmara do Município Libertador -- o maior da capital --  numa eleições em que Jorge Rodríguez, do Partido Socialista Unido da Venezuela, (o partido do Governo) foi o vencedor.

A luso-descendente questiona ainda os políticos opositores venezuelanos que "se não conseguem respeitar" o acordo assinado, "o que garante que vão respeitar os resultados das primárias ou o acordo de governabilidade?".

As críticas de Andrea Tavares têm lugar no mesmo dia em que o pré-candidato presidencial Andrés Velásquez condenou o apoio do CNE às primárias da oposição por considerar que aquele organismo é controlado pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.

"Vou insistir: as primárias nas mãos do CNE reduzirá o número de participantes. As primárias são uma política de desafio, de contestação à ditadura, pelo que é um contrassenso colocá-las nas mãos de Maduro. Depois não saiam a chorar por todas as consequências que isso implica", escreveu o também dirigente do "Causa R" na sua conta do Twitter.

Por outro lado, outra pré-candidata presidencial, Maria Corina Machado, líder do partido "Vente Venezuela" (Vem Venezuela), divulgou um comunicado onde afirma que "a Comissão Nacional das Primárias continua sem explicar ao país o que significa a assistência técnica do CNE".

"As primárias que queremos, os venezuelanos, são aquelas em que todos, dentro e fora do país, elegemos e contamos os nossos votos", sublinhou.

A oposição venezuelana inicia hoje a apresentação de candidaturas para as primárias da oposição, previstas para 22 de outubro, data em que os venezuelanos elegerão um candidato para competir contra Nicolás Maduro nas presidenciais de 2024.

A apresentação de candidaturas decorrerá até 23 de junho, segundo a CNP.

Entretanto, oito pré-candidatos da oposição, César Pérez Vivas, Tamara Adrián, Roberto Enríquez, Carlos Prosperi, Delsa Solorzano, Maria Corina Machado, Andrés Caleca (ex-presidente da CNE) e Freddy Superlano, anunciaram a intenção de participar num debate que deverá dar a conhecer as propostas e visões dos distintos candidatos.

O debate decorrerá a 12 de julho nas instalações da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas.

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