Estes ativistas, que foram detidos na quarta-feira acusados de fraude a instituições de caridade e lavagem de dinheiro, lideram o fundo Atlanta Solidarity, que financiou a fiança e ajudou a encontrar advogados para manifestantes detidos, noticiou a agência Associated Press (AP).
Os procuradores tinham solicitado ao juiz James Altman que negasse fiança, mas este concedeu-a, fixando-a nos 15.000 dólares (cerca de 14.000 euros) a cada um dos ativistas, manifestando preocupação sobre os seus direitos de liberdade de expressão e referindo que não considerou o caso da procuradoria, pelo menos por enquanto, "realmente impressionante".
De acordo com a acusação, as detenções e a busca a uma casa propriedade de dois dos ativistas resultaram de "um esforço de várias agências e parte de uma investigação em andamento sobre atividades violentas no local do futuro Centro de Treino de Segurança Pública de Atlanta e outras localizações".
O vice-procurador-geral John Fowler manifestou-se contra a fiança, defendendo que os ativistas representam riscos de fuga e um perigo para a comunidade.
"Aparentemente, parece louvável, parece ser legal", destacou Fowler, sobre a organização sem fins lucrativos. Mas a investigação descobriu, segundo o vice-procurador-geral, que os ativistas "acolhem visões extremistas antigovernamentais e antissistema e nem todo o dinheiro vai para o que eles dizem que vai".
Fowler realçou que parte do dinheiro foi utilizado para financiar atos violentos contra pessoas e propriedades na cidade de Atlanta, no Estado da Geórgia.
Esta autoridade citou um ataque à sede do Departamento de Segurança Pública da Geórgia em julho de 2020, vandalismo na Igreja Batista Ebenezer em janeiro de 2022 e protestos relacionados com o centro de treinos policial planeado, que se tornaram violentos.
O advogado de defesa, Don Samuel, apontou que Fowler exagerou e que nenhum dos três é acusado de ter participado em comportamentos violentos.
O centro de treino, aprovado pela Câmara Municipal de Atlanta em setembro de 2021, atraiu oposição desde o início.
As autoridades locais referem que o novo campus de 34 hectares substituiria as atuais instalações de treino inadequadas e ajudaria a resolver as dificuldades na contratação e retenção de polícias, que pioraram após protestos em todo o país contra a brutalidade policial e a injustiça racial nos últimos três anos.
Opositores locais, aos quais se juntaram ativistas de todo o país, dizem temer que o projeto leve a uma maior militarização da polícia e que a sua construção agrave os danos ambientais.
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