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Moldova diz "não estar sozinha" apesar de hostilidade russa

A Moldova considera "não estar sozinha" por acolher hoje a cimeira da Comunidade Política Europeia, após ter obtido há um ano o estatuto de candidata à União Europeia (UE), apesar da "hostilidade russa" com pressão económica e desinformação.

Moldova diz "não estar sozinha" apesar de hostilidade russa
Notícias ao Minuto

09:15 - 01/06/23 por Lusa

Mundo UE

"Esta cimeira é, para nós, provavelmente (...) o maior acontecimento neste país, em termos de atividades diplomáticas em séculos, por isso é realmente uma grande responsabilidade e estamos muito orgulhosos, é um forte sinal de empenhamento para com a Moldova, é um sinal forte de que a Moldova não está sozinha", disse o vice-primeiro-ministro moldavo e ministro dos Negócios Estrangeiros e da Integração Europeia, Nicu Popescu.

Num encontro com jornalistas europeus (incluindo a agência Lusa) na capital moldava, em Chisinau, o responsável recordou que esta que é a segunda cimeira da plataforma de cooperação Comunidade Política Europeia ocorre num país "com uma situação perigosa, numa altura perigosa da história do continente europeu".

"Este tipo de compromisso diplomático com a Moldova e (...) a questão do alargamento têm uma importância crucial para nós, para a nossa sociedade, mas também para o continente europeu", acrescentou Nicu Popescu.

De acordo com o responsável, "a Rússia tem adotado políticas muito hostis em relação à Moldova", não só após a guerra na Ucrânia, mas já desde a independência moldova, em 1991, "apoiando o separatismo e a confiança na região da Transnístria".

"Desde o início da década de 1990 que mantém uma presença militar russa ilegal na região da Transnístria da Moldova e que impõe constantemente embargos, restrições comerciais, exercendo pressões energéticas sobre o nosso país, embargando vinhos, frutas, legumes e produtos lácteos, o que tem sido feito de forma bastante sistemática durante a maior parte dos últimos 30 anos e que, com a guerra na Ucrânia, (...) aumentou drasticamente", elencou Nicu Popescu, neste encontro com a Lusa e outros media europeus.

Outra realidade foi, aquando da crise energética do passado outono e inverno, "uma redução drástica do fornecimento de gás" e ainda "vários casos de apagões", situações a que a Moldova respondeu "reposicionando-se muito rapidamente" e procurando outros fornecedores, segundo o governante.

Além disso, frisou, "temos sido claramente alvos de campanhas de desinformação desde antes da nossa independência", com "grandes quantidades de desinformação tóxica" veiculadas pela Rússia, fenómenos também acentuados pela guerra.

"Aprendemos a construir uma democracia aqui e a nossa sociedade aprendeu a votar vezes sem conta em forças pró-democráticas, em forças pró-europeias", concluiu Nicu Popescu.

A Moldova acolhe hoje a segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, a plataforma de cooperação para a segurança e estabilidade da Europa, com líderes da UE e de outros países, agora focada na paz e energia.

Falando na véspera do encontro, Nicu Popescu classificou este como "um momento importante que irá definir a forma como esta comunidade irá evoluir", esperando que este se torne como "a Assembleia-Geral das Nações Unidas ao nível europeu".

A segunda cimeira da Comunidade Política Europeia juntará dirigentes de todo o continente europeu no Castelo Mimi em Bulboaca, a 35 quilómetros da capital da Moldova, Chisinau, e a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

O objetivo do encontro é passar uma mensagem de cooperação europeia, principalmente para Moscovo, dado o evento ser organizado às portas da Rússia.

Portugal está representado pelo primeiro-ministro, António Costa.

Leia Também: Adesão à UE? Governo moldavo espera parecer de Bruxelas no outono

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