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Israel à procura de estabilidade 75 anos depois de Ben-Gurion

Israel celebra domingo o 75.º aniversário da sua fundação num ambiente tenso, com a oposição nas ruas a contestar a reforma judicial e violentos confrontos com milícias palestinianas na Faixa de Gaza.

Israel à procura de estabilidade 75 anos depois de Ben-Gurion
Notícias ao Minuto

10:46 - 13/05/23 por Lusa

Mundo Israel

Apesar do considerável reforço da segurança em todo o país, a bandeira azul e branca com a Estrela de David e símbolo da unidade nacional está hasteada em todas as ruas, nos postes de iluminação, nas janelas das residências ou dos carros, pendurada aos ombros, por todo o lado para celebrar o Dia da Memória e da Independência.

A 14 de maio de 1948, às 16:00 locais, a Declaração da Independência de Israel foi assinada no salão do antigo Museu Nacional de Telavive (atual Museu da Independência), algumas horas antes do fim do mandato britânico sobre a Palestina, documento lido por David Ben-Gurion.

"Afirma-se o direito natural do povo judeu a ser, como todas as outras nações, dono do seu próprio destino no solo do seu próprio Estado soberano", afirmou então Ben-Gurion, que, depois, proclamaria "o estabelecimento de um Estado judaico na terra de Israel, que será chamado Estado de Israel".

Além da independência, os israelitas são também convidados a homenagear os 24.213 soldados mortos e as 4.255 vítimas civis do terrorismo, segundo dados oficiais, desde a declaração da independência.

No entanto, o 75,º aniversário da independência está a ser manchado sobretudo pela contestação à reforma judicial de Benjamim Netanyahu, chefe do executivo mais à direita de sempre incluindo a direita nacionalista ortodoxa, e que conduziu a um debate sobre a natureza do Estado - judeu, democrático ou ambos.

A contestação obrigou à intervenção do Presidente israelita, Isaac Herzog, que tem insistido na necessidade de unidade entre o povo, tendo em conta que o debate sobre a reforma judicial está a agitar profundamente a sociedade israelita.

Nos últimos dez dias, milhares de famílias enlutadas pediram aos políticos que não se deslocassem aos cemitérios e, sobretudo, que não discursassem, como é habitual.

Alguns aceitaram o pedido, outros não, caso de Itamar Bem-Gvir, o ministro da Segurança Nacional israelita da direita ultranacionalista, cujo discurso foi interrompido por gritos ou saudado por aplausos, de acordo com a local.

Antes, políticos como Netanyahu e o líder da oposição, Yair Lapid, tinham apelado à unidade e ao respeito pelos mortos.

Para os palestinianos, esta data é, como nos anos anteriores, a que assinala a Nakba - a "catástrofe" -, ou seja, o êxodo de milhares de palestinianos.

A "Nakba", palavra árabe que também pode significar "desastre", designa o êxodo palestiniano de 1948, quando pelo menos 711.000 árabes palestinianos, segundo dados da ONU, fugiram ou foram expulsos das suas casas devido à guerra civil de 1947-1948 e da Guerra Israelo-Árabe de 1948.

A Palestina é uma denominação histórica da área geográfica que atualmente cobre o Estado de Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Até 1948, a Palestina era a denominação do mandato britânico, e antes disso designava a região sob o Império Otomano, que durou mais de 800 anos.

As fronteiras atuais do Estado de Israel 'desenharam-se' com os conflitos posteriores: na Guerra dos Seis Dias (ou Israelo-Árabe) entre 05 e 10 de junho de 1967, a terceira travada entre o Estado de Israel e os países árabes vizinhos, os israelitas conquistaram a Península do Sinai, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, Jerusalém oriental e os montes Golã.

Seguiu-se, em 1973, a Guerra do Yom Kipur, em que estiveram em disputa as terras próximas do Canal do Suez, na fronteira entre Israel e o Egito.

Leia Também: Recomeçou troca de tiros entre Israel e as milícias palestinianas em Gaza

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