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Extrema-direita com 23 lugares no Conselho Constitucional do Chile

A extrema-direita do Partido Republicano chileno ganhou hoje mais um lugar à esquerda, obtendo um total de 23 assentos no escrutínio de domingo para definir a composição do organismo redator do novo texto constitucional do Chile.

Extrema-direita com 23 lugares no Conselho Constitucional do Chile
Notícias ao Minuto

21:18 - 08/05/23 por Lusa

Mundo Chile

O 23.º lugar do Partido Republicano (PR) no Conselho Constitucional foi alcançado hoje, concluída a contagem em 100% das mesas de voto, confirmou o Serviço Eleitoral (Servel), que corrigiu os resultados da região de Tarapacá, no norte do país, deixando de fora a candidata dada como eleita pelo partido no poder Comunes.

A nível regional, o PR obteve a vitória em 41 círculos eleitorais, o que corresponde a 23% das preferências dos cidadãos chilenos.

Inicialmente, Ninoska Payauna, do PR, e Romina Ramos, do Comunes, foram dadas como vencedoras naquele círculo eleitoral, mas depois o Servel corrigiu o resultado, apontando Sebastián Parraguez, do PR, como o segundo conselheiro da região.

Com este resultado, a extrema-direita e a direita tradicional chilenas somam mais de dois terços do órgão constituinte, com 34 lugares de um total de 50 conselheiros eleitos, o que lhes dá o controlo e poder de veto.

"Um dos nossos objetivos de participação neste processo constitucional é impedir que a esquerda radical continue a avançar na imposição de ideologias que causam danos ao país", afirmou a secretária-geral do PR, Ruth Hurtado.

A extrema-direita obteve uma vitória esmagadora na maioria das 16 regiões do Chile, conquistando inclusive bastiões tradicionais da esquerda, como a região de Valparaíso ou a região Metropolitana, onde se situa a capital, além do norte do país.

A coligação da direita tradicional Chile Seguro obteve 11 lugares e a lista de centro-esquerda Unidade para o Chile, do Presidente da República, Gabriel Boric, elegeu 17 conselheiros, classificando-se em segundo lugar, com 28% dos votos, o que para Boric representou uma derrota.

Causou surpresa que a lista centrista Tudo pelo Chile, que aglutinou partidos da ex-Concertação, não tenha conseguido eleger um único conselheiro constitucional -- um resultado que, segundo analistas, evidencia um abalroamento do centro político chileno.

Os 51 conselheiros constitucionais -- 25 homens e 25 mulheres, além de um representante dos povos indígenas -- tomarão posse a 07 de junho e terão cinco meses para redigir a proposta de texto, que será submetida a referendo a 17 de dezembro.

No mesmo dia da posse, os conselheiros receberão um esboço vinculativo que 24 especialistas nomeados pelo parlamento estão a redigir desde março e que cumpre 12 princípios básicos acordados 'a priori' pelos partidos para evitar uma proposta que alterava os fundamentos do Estado chileno, como a anterior.

O processo não partirá, assim, do zero, mas de um anteprojeto que inclui a menção do Chile como Estado unitário, Estado de direito social e democrático, o reconhecimento dos povos indígenas e a manutenção de organismos autónomos como o Banco Central.

O Partido Republicano há muito que se opõe à mudança da constituição, herdada da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990) e parcialmente revista já em democracia.

Este segundo projeto constitucional segue-se ao chumbo em setembro passado, por 62% dos eleitores, de uma proposta inicial de revisão, dominada pela esquerda e considerada uma das mais progressistas do mundo, ao definir territórios indígenas autónomos e incluir a proteção ambiental e a igualdade de género.

Leia Também: Extrema-direita domina eleição para Conselho Constitucional no Chile

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