Vaticano insiste que Moscovo e Kyiv conhecem a sua oferta de mediação

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, insistiu que "ambas as partes foram informadas" da proposta de mediação de paz da guerra na Ucrânia, afirmando-se surpreendido por os governos russo e ucraniano alegarem não a conhecer.

Vaticano insiste que Moscovo e Kiev conhecem a sua oferta de mediação

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Lusa
05/05/2023 16:54 ‧ 05/05/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"No meio do labirinto da burocracia pode acontecer que as comunicações não cheguem onde devem. Mas são apenas interpretações, eu sei que ambas as partes foram informadas", afirmou Parolin após a apresentação de um livro sobre a figura do italiano Tonino Bello na Universidade Lumsa, em Roma.

Dirigindo-se aos jornalistas que o acompanharam no voo de regresso da viagem de três dias a Budapeste, o Papa afirmou: "Estou pronto para fazer o que for necessário [sobre a guerra na Ucrânia]. Além disso, agora há uma missão em curso, mas ainda não é pública. Vamos ver como... Quando for público, eu falarei".

No entanto, os governos de Moscovo e Kiev responderam, com poucas horas de diferença, que desconheciam essa iniciativa de paz e disseram que não receberam nenhuma comunicação específica.

O secretário de Estado do Vaticano expressou sua perplexidade sobre estas reações, ignorando os motivos que estão por trás delas, e reiterou o apelo para "pôr fim a este massacre que está a afetar fortemente a Ucrânia com implicações também para a Rússia", instando ambas as partes a "encontrar pontos de acordo".

"O Papa disse que haverá uma missão que será anunciada quando for pública e repito as mesmas expressões que ele usou", disse Parolin. "O Papa falou nestes termos, que seja ele quem dê mais Informações."

Sobre o caso dos alegados ataques com 'drones', visando o Presidente russo, Vladimir Putin, Pietro Parolin comentou que "todos os atos de guerra, especialmente se servem para criar um clima mais hostil, certamente não aproximam a paz".

"Não sei se hoje existem condições para um cessar-fogo. Esperemos. Acho que esta iniciativa -se é que existe - do Vaticano também deveria ir nessa direção. Como sempre dissemos, gostaríamos de chegar a um cessar-fogo dos combates e então iniciar um processo de paz", concluiu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Ucrânia. Missão de paz do Vaticano vai acontecer, diz cardeal Parolin

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