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DeSantis expande pena de morte na Flórida e espera por impacto nacional

O governador da Flórida voltou a apresentar-se como um líder "duro no crime", esperando que a mensagem ultraconservadora em matéria judicial reverta uma tendência de descida aos olhos dos eleitores republicanos.

DeSantis expande pena de morte na Flórida e espera por impacto nacional

O estado da Flórida vai aumentar o número de crimes que podem ser punidos com a pena de morte, numa iniciativa que, acima do campo da justiça, pretende cimentar o seu governador como um candidato assertivo em matéria criminal.

Ron DeSantis, o mediático governador republicano, tem visto o seu nome cair consistentemente nas sondagens. Uma série de episódios legais infelizes, de medidas com pouca dimensão mediática nacional e o retorno em força da cara do antigo presidente às televisões têm levado os eleitores conservadores a duvidarem do autoritário DeSantis, e a apostarem, mais uma vez, no populista Donald Trump.

A NBC News nota que, por esse motivo, o governador da Flórida pretendia arranjar uma medida legislativa que ganhasse destaque fora do seu estado, enquanto que demonstrasse a sua intolerância para com o crime violento.

A medida, assinada na segunda-feira, visa estender a pena de morte a crimes sexuais contra crianças com menos de 12 anos - um projeto de lei que já tinha sido aprovado à vontade pela maioria republicana no Congresso estatal. Esta é a segunda vez que DeSantis aumenta os critérios para a pena capital em apenas um mês, já que, em abril, já tinha reduzido o número de membros do júri necessários para recomendar a pena de morte a um juíz.

No entanto, apesar de ser apreciada pelos defensores conservadores da pena de morte, a medida pode não chegar a entrar em vigor.

A Associated Press explica que a lei vai contra uma decisão de 2008 do Supremo Tribunal, que impediu os estados de implementar a pena de morte para violadores de crianças, caso o menor de idade não morra. Isto porque, como sustentaram vários ativistas sociais na altura, a possibilidade de existir pena de morte não só não desmotiva o crime, como cria ainda maiores receios de uma criança denunciar a sua situação de abuso e ainda maiores incentivos aos violadores para matarem as suas vítimas.

DeSantis, no entanto, mostrou-se confiante na aprovação da sua lei. Num comunicado no seu site, o governador elogiou o trabalho contra o crime da sua administração, catalogando as medidas propostas como "duras contra o crime" (do inglês 'tough on crime', uma expressão muito utilizada no vocabulário eleitoral norte-americano) e afirmando que está pronta para "levar esta lei até ao Supremo Tribunal".

O governador da Flórida - que se tornou na nova coqueluche do Partido Republicano entre a pandemia e o fim do mandato de Donald Trump - ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura, mas praticamente todos os grandes órgãos de comunicação estão a apontar para um anúncio no verão, apesar de altos cargos no partido estarem cada vez mais irrequietos com as suas atitudes.

Além de Trump, os restantes republicanos que já anunciaram candidaturas foram Nikki Haley, a antiga embaixadora na ONU, nomeada por Trump; Vivek Ramaswamy, um multimilionário que pretende cortar investimento em políticas ambientais; e Asa Hutchinson, o ex-governador do Arkansas que foi um dos procuradores no caso de exoneração de Bill Clinton, nos anos 90.

Mas qualquer candidato republicano que vença as primárias no seu partido terá de enfrentar Joe Biden, o atual presidente norte-americano que, na terça-feira, anunciou a sua recandidatura. Com 80 anos, Biden é o grande favorito a ser reeleito e, dentro do Partido Democrata, não enfrenta qualquer candidato de peso.

Leia Também: Disney vai processar o governador da Flórida Ron DeSantis

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