O líder conservador, Petteri Orpo, que conquistou as eleições legislativas de 02 de abril, está encarregado de conduzir as negociações para chegar a um acordo sobre um programa reformista focado na consolidação das finanças públicas e na redução do endividamento.
As quatro partes dedicaram o primeiro dia de contactos para estabelecer diferentes mesas de negociação em torno dos temas centrais do programa e para ouvir a opinião dos maiores especialistas sobre a situação do país, incluindo o governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, noticiou a agência Efe.
O arranque das negociações propriamente ditas entre os representantes dos quatro partidos estão marcadas para esta quarta-feira.
A meta da Orpo é chegar a um acordo até junho, para formar um executivo de coligação que terá 108 das 200 cadeiras do Eduskunta (Parlamento finlandês), maioria suficiente para levar adiante a sua agenda reformista.
A maior prioridade dos conservadores é chegar a acordo sobre um ajustamento orçamental de 6.000 milhões de euros nos próximos quatro anos, reduzindo a despesa pública e aumentando a produtividade e a taxa de emprego.
"É claro que as nossas finanças públicas não seguem uma trajetória sustentável e temos de fazer reformas estruturais. Mas o crescimento económico por si só não basta, serão também necessários ajustamentos", sublinhou Orpo, em conferência de imprensa.
Caso seja alcançado um acordo, esta será a primeira vez em mais de nove décadas que um Governo de direita é formado sem incluir os social-democratas ou os liberais do Partido do Centro.
Será também a segunda vez que a extrema-direita chega ao poder na Finlândia, depois de ter feito parte da coligação do Governo juntamente com centristas e conservadores durante meia legislatura, entre 2015 e 2017.
A líder do Partido dos Finlandeses (ex-Verdadeiros Finlandeses), Riikka Purra, referiu aos órgãos de comunicação social que existem "muitas questões difíceis" nestas negociações, incluindo cortes na despesa pública e políticas de imigração, embora acredite que as quatro partes vão chegar a um acordo.
Riikka Purra frisou ainda que o próximo Governo terá uma abordagem "mais realista e pragmática" das políticas climáticas face ao Executivo anterior, que terá também em conta os seus efeitos na economia finlandesa e no poder de compra dos cidadãos.
Leia Também: Governo finlandês caminha para coligação entre direita e extrema-direita