Itália preocupada com objetivos políticos do grupo russo Wagner em África

O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, disse hoje que os mercenários do grupo russo Wagner têm objetivos políticos e militares em África que são contrários aos objetivos do Ocidente.

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Lusa
26/04/2023 12:06 ‧ 26/04/2023 por Lusa

Mundo

Antonio Tajani

"O Wagner está presente em muitos países africanos e desempenham não apenas um papel militar, mas também político, que na minha opinião visa criar pontos de tensão, contrastes e contradições que muitas vezes levam a dificuldades para o Ocidente, que está envolvido numa ação de apoio à independência da Ucrânia", disse o governante à Radio 24, citada pela agência italiana de notícias, a ANSA.

"Portanto, esta é a ação que o Wagner está a levar cabo, uma presença militar que tem objetivos políticos, e mesmo no Sudão os russos estão a tentar criar confusão", acrescentou, vincando não estar "muito otimista a curto prazo" e admitindo que "está em curso uma guerra civil".

Na entrevista, Tajani alertou também para o risco de um novo aumento nos fluxos migratórios: "Já há milhares de pessoas a fugir do Sudão para o Chade", afirmou, concluindo que a "a Itália vai continuar a trabalhar para ser um protagonista quando a paz voltar ao país".

O grupo paramilitar Wagner é composto por mercenários e liderado por Yevgeny Prigozhin, amigo pessoal do Presidente da Rússia, tem nas suas fileiras muitos presos russos, que compõem a maioria dos seus soldados, e é frequentemente acusado pelas instituições internacionais de violações dos direitos humanos.

O Sudão é palco desde 15 de abril de combates entre as forças do chefe do exército e governante de facto do Sudão desde o golpe de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o "número dois" e chefe das forças paramilitares de apoio rápido (RSF, na sigla em inglês), Mohamed Hamdane Daglo.

Pelo menos 459 pessoas morreram e mais de quatro mil ficaram feridas, de acordo com a ONU.

Um cessar-fogo de três dias entre as partes beligerantes, mediado pelos Estados Unidos, trouxe alguma calma a Cartum, mas testemunhas relataram já o regresso dos ataques aéreos e combates.

Leia Também: Líder do grupo Wagner nega proximidade de Putin: "Rumores"

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