Seydou, coordenador do movimento M62, foi detido no final de janeiro e colocado em prisão preventiva.
O M62 tinha acusado as forças de defesa e segurança de massacrar civis como retaliação por um ataque fundamentalista islâmico em 24 de outubro de 2022 contra uma esquadra de polícia em Tamou, no sul do país.
Após o ataque, o exército nigerino retaliou e matou sete "assaltantes" num local de mineração ilegal de ouro nas proximidades.
A oposição política e as organizações da sociedade civil tinham afirmado que os ataques tinham causado muito mais vítimas.
Segundo o procurador Chaïbou Moussa, uma investigação mostrou que "indivíduos não identificados" tinham ido para o local de extração de ouro "para incendiar lojas e barracões utilizados como habitações" e Seydou foi detido por "cumplicidade no fogo posto" e "produção e divulgação de dados suscetíveis de perturbar a ordem pública".
Estes incêndios tinham o "único objetivo de criar provas falsas para acusar" o exército e "creditar a tese de massacres" do exército, disse hoje o magistrado.
Além dos nove meses de cadeia, Seydou foi condenado ainda ao pagamento de uma multa de um milhão de francos cfa (1.524 euros).
Numa declaração enviada à agência France-Presse, a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional apelou à "libertação incondicional" do ativista.
"Apelamos às autoridades nigerinas para que deixem de assediar e intimidar os defensores dos direitos humanos", disse Samira Daoud, diretora do gabinete regional da Amnistia Internacional para a África Ocidental e Central.
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