O jornalista vietnamita que documentou protestos e violações dos direitos humanos no país foi condenado a seis anos de prisão, esta quarta-feira, avançou o seu advogado.
De acordo com a AFP, Nguyen Lan Thang, um ativista e jornalista freelancer, conhecido no Vietname pelas suas críticas ao governo, foi condenado por espalhar "propaganda antiestatal".
O seu advogado, Nguyen Ha Luan, referiu que o jornalista - que era colaborador do Radio Free Asia - também foi condenado a dois anos de liberdade condicional, após cumprir os seis anos de prisão efetiva.
A sua esposa, Le Bich Vuong, revelou ter ficado "chocada" com a sentença. "Eu esperava pela liberdade porque o que o meu marido tem feito é positivo, são boas ações", sublinhou.
Thang, de 47 anos, foi detido em casa, em Hanói, em julho do ano passado e, desde então, foram-lhe negadas visitas regulares da família, segundo os seus familiares.
Numa carta aberta aos juízes do caso, os pais de Thang escreveram que o filho era um "patriota". "Acreditamos que falar contra inadequações e injustiças e defender pessoas vulneráveis não é um 'crime contra o governo'", escreveram.
O jornalista escreveu várias vezes sobre uma série de questões polémicas no país, defendendo os direitos humanos e a liberdade de religião. Thang viajou para locais onde era usada força excessiva por parte das autoridades e também participou em muitos protestos pró-ambiente.
No entanto, o Vietnam tem restrições rígidas à liberdade de expressão e o governo age rapidamente para reprimir os dissidentes e prender os críticos, especialmente aqueles que encontram audiência online.
No país, os órgãos de comunicação social independentes são proibidos.
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